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Jornalista, por conta de cassação como oficial de Marinha no golpe de 64, sou cria de Vila Isabel, onde vivi até os 23 anos de idade. A vida política partidária começa simultaneamente com a vida jornalística, em 1965. A jornalística, explicitamente. A política, na clandestinidade do PCB. Ex-deputado estadual, me filio ao PT, por onde alcanço mais dois mandatos, já como federal. Com a guinada ideológica imposta ao Partido pelo pragmatismo escolhido como caminho pelo governo Lula, saio e me incorporo aos que fundaram o Partido Socialismo e Liberdade, onde milito atualmente. Três filh@s - Thalia, Tainah e Leonardo - vivo com minha companheira Rosane desde 1988.

sábado, 12 de novembro de 2011

Putin reconhece sistema autoritário na Russia e promete "democracia direta"no seu 3〫mandato presidencial


Algo de novo pode estar acontecendo na Russia? Putin, em campanha para um terceiro mandato presidencial, reconhece regime autoritário até então vigente desde sua primeira passagem na presidência. Apenas tenta justificar que o caos reinante naquela ocasião o obrigara a um governo "centralizado"que já não se faz mais necessário. E promete "democracia direta".  
Resta saber se está usando categorias que aprendeu na URSS, onde o tema da igualdade atropelava o da liberdade individual, ou se as está adaptando para a implantação de uma nova forma de regime neoliberal. Fica a esperança na primeira opção, o que mudaria o quadro das relações globais
Segue a matéria do The Guardian, com os dois primeiros parágrafos traduzidos:


Putin: we have lost Russia's trust

Russian prime minister admits power is too centralised and few people trust his system of government
- The Guardian, Saturday 12 November 2011

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Russian prime minister Vladimir Putin surprised academics and journalists at a dinner by agreeing with their criticisms. Photograph: MIsha Japaridze/EPA
Russia's prime minister, Vladimir Putin, admitted that his government had lost of the trust of its people and pledged to introduce what he called "direct democracy" to refresh it, when he is returned for a third presidential term next March.
( O primeiro ministro da Russia, Vladimir Putin, admitiu que seu governo teve uma perda de confiança de seu povo, e garantiu que introduzirá a chamada "democracia direta"para recuperá-lo, quando ele retornar em seu terceiro mandato presidencial, no próximo março) 

 
Challenged during a meeting with foreign academics and journalists to admit that power in Russia was too centralised, that 80% of President Dmitry Medvedev's decrees were ignored or not fully implemented by the regions, and that no one trusted the power structure he had created, Putin astonished everyone by agreeing. He said: "I tell you, I agree. I don't object to anything you have said."
(Desafiado durante uma reunião com acadêmicos e jornalistas estrangeiros a admitir que o poder na Russia estava centralizado; que 80% dos decretos do presidente Medeved eram ignorados, ou pelo menos não completamente implementados pelas regiões, e que ninguém confiava na estrutura que ele havia criado, Putin surpreendeu todo mundo ao concordar. Ele disse"Eu lhes digo. Eu não contesto nada do que voces disseram") 

He said when he first became president 11 years ago the country was in so much chaos it was on the verge of civil war. He established a system of "manual control" over the regions, abolishing elections and appointing governors himself.
Speaking to a meeting of the Valdai Club, Putin said it was time to devolve certain powers and taxation back to the regions: "I have every intention to do that, but we have to act carefully. We have certain ideas about how to expand direct democracy, but it would be premature to announce them now. The British say it took 400 years for a lawn to be made, but we have not got that time."
Putin was speaking after a survey conducted by the Kremlin about the unpopularity of regional governors was leaked to Gazeta.ru. It showed that a large number of governors, many of whom were heading Putin's United Russia party's regional lists – had poll ratings below 20%.
In Moscow, St Petersberg and Kaliningrad, voters were deserting the party that has nominated Mr Putin as their presidential candidate.
While this is not expected to change the fact that United Russia will get the majority in the forthcoming parliamentary elections in December - because United Russia is a party of bureaucrats and is infamous for strongarming teachers, students and millions of public sector workers to vote for them - it is a clear indication to Mr Putin that he has to act.
He is not expected to return to reintroduce elections for governors, but two commissions are currently looking at ideas on how to devolve more power and money to the governors, and devising measures to make them more accountable locally.
In a two-and-half-hour session with academics in the bizarre setting of the restaurant of Moscow's richest equestrian club, New Century, Putin spoke as if his own election as president was a foregone conclusion.
He bemoaned the resignation of his "great friend" Silvio Berlusconi, who he called one of the "last of the Great Mohicans of European leaders". Putin said: "[Berlusconi] is a very open person, which is rare in European politics. Gerhard Schröder [the former German chancellor] told me that Silvio was a very good person, but not much of a politician. But when Schröder himself resigned and Silvio went on and on, I remembered what he said, where he is and where you are."
Putin criticised the US for its plans to place missile defence units on Russia's borders and said no one was listening to Russia's concerns that missile defence would make the balance of strategic nuclear forces unstable. He also repeated his criticisms of the intervention in Libya, and called on the Syrian opposition to meet President Bashar al-Assad. All three positions will complicate attempts by the US administration to keep their policy of resetting relations with Russia on track.
Putin scorned criticism that March's presidential election would be a fix after his decision to swap places with Medvedev. He said Gordon Brown had taken over from Tony Blair without any election and no one had said that had deprived the British people of a vote.Print this

2 comentários:

  1. A esperança é da primeira opção, mas ao defender Berlusconi sabemos que, no fundo, a opção é mais neoliberalismo.

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  2. Milton, até o momento em que comecei a escrever esse comentário a última parte da reportagem não estava traduzida para o Português, o que é uma pena, porque fala em maiores detalhes que tipo de pessoa é Putin e que tipo de corja é seu partido. A "esperança" na primeira opção não só é irreal, é insuficiente: a igualdade social da URSS foi muito mais tênue do que a opressão feroz de liberdades individuais--disso Putin sabe bem, pois desempenhou papel importante nesse sentido, e parece ter continuado a fazê-lo na sua Presidência e na Presidência de sua marionete Medvedev. Aliás, com a eliminação das mais basilares liberdades individuais não tardou para a ditadura soviética hipotecar inclusive os direitos coletivos dos povos que governava, muitos dos quais ficaram no papel tanto quanto as garantias judiciais da Constituição brasileira. Isso pode ser visto de maneira mais emblemática na escandalosa Era Brezhnev, em que a nomenklatura do PCUS conquistou uma prosperidade econômica digna de muitas burguesias do capitalismo periférico. A coleção de Ferraris do próprio Brezhnev não me deixa mentir. Não é à toa que o Putin se identifica com o Silvio Berluscroto: as máfias partidárias do G-20 tem muito em comum, em termos de probidade e temperamento. Esse papo de que a Rússia estava à beira de uma guerra civil parece jargão da PM, se bem que no incêndio do Reichstag esse bordão já era usado. O que efetivamente teve de guerra nos desastrosos anos do neoliberalismo Yeltsin/Putin foram guerras separatistas por independências, de nações sem Estado como a Chechênia e o Daguestão, e nelas o Putin desempenhou brilhantemente o papel habitual de carrasco, não de estadista.

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