A suposta crise criada por Israel contra o reconhecimento da Palestina como Estado-membro da ONU começa a se revelar como simples pano de fundo de algo muito mais grave: um ataque ao Irã, por conta das já desgastadas denúncias contra o suposto perigo de transformação do projeto enrgético do país em produção de armamento nuclear.
De acordo com matéria do Le Monde, Netanyahu ainda não havia conseguido maioria em seu gabinete. Com ele estariam, por enquanto, o "trabalhista" Barak, da Defesa, e o fascista xenófobo, Avigdor Lieberman, das Relações Exteriores. Contrários, estariam os chefes militares e o responsável pelos serviços de Inteligência, que insistem na maior eficácia do aumento de sanções econômicas a partir das iniciativas do governo americano.
Mas no próprio Haaretz, um dos principais jornais israelenses, a resposta dos iranianos faz prever um quadro dantesco. Se atacados, não hesitariam em represálias, não só contra Israel, como contra os Estados Unidos.
Não há nada de surpreendente nesse quadro geral. O governo Netanyahu, composto pela aliança governamental mais fundamentalista do sionismo fascista tem uma lógica bélico-expansionista em sua concepção de Israel, terra de um povo eleito. Sagrado. Porta voz de valores exclusivos que terminam por encontrar pontos comuns com o que foi o próprio fascismo hitlerista.
Aliás, é bom lembrar que, nos primórdios da ascensão do Partido Nazista, os correspondentes ideológicos de Netanyahu e Lieberman chegaram a acordos com os que viriam a promover posteriormente o Holocausto. Há medalhas comemorativas da época. De um lado a suástica; do outro, a estrela de Davi. E por que tal acordo? Para convencer os judeus que se mantinham na religião, mas se integravam na nacionalidade do país onde viviam, da necessidade de criar uma Nação exclusiva. Contraditoriamente, um Estado laico, fundado na religião judaica. Um Estado só para judeus.
Se tal lógica não for barrada, na sua versão atual, e o inimigo escolhido for um Estado fundamentalista islâmico, também poderoso, o futuro só faz prever a barbárie.
Segue a matéria do Le Monde.
Nétanyahou tenterait de mobiliser ses ministres en vue d'attaquer l'Iran
LEMONDE.FR avec AFP | 02.11.11 | 09h11 • Mis à jour le 02.11.11 | 11h56
Le premier ministre israélien, Benyamin Nétanyahou, et son ministre de la défense, Ehoud Barak, tentent de lever l'opposition d'une majorité de ministres contre une attaque visant les installations nucléaires iraniennes, a indiqué, mercredi 2 novembre, le quotidien Haaretz.
Lundi, M. Barak avait démenti des informations des médias israéliens selon lesquelles il aurait d'ores et déjà pris la décision avec M. Nétanyahou d'attaquer l'Iran, malgré l'opposition des chefs de l'armée et du renseignement. Selon le journal israélien, la majorité des membres du "forum" des huit ministres les plus importants, est, elle aussi, opposée à une telle opération. Seuls MM. Nétanyahou, Barak et le ministre des affaires étrangères Avigdor Lieberman soutiennent "l'option militaire" contre l'Iran.En revanche, le ministre de l'intérieur et chef du parti ultra-orthodoxe Shass, Elie Yishaï, Dan Méridor (ministre chargé des services de renseignement), Benny Begin (ministre sans portefeuille), Moshé Yaalon (ministre chargé des affaires stratégiques) et Youval Steinitz (finances) sont contre. Selon ces opposants, Israël doit continuer à tenter de mobiliser les pays occidentaux pour exercer des pressions économiques sur l'Iran dans la mesure où l'Etat hébreu ne peut pas se permettre d'agir militairement seul sans coordination avec les Etats-Unis.
Haaretz, citant des ministres et des hauts responsables de la défense et des affaires étrangères, affirme que le rapport que doit rendre public l'Agence internationale pour l'énergie atomique (AIEA) le 8 novembre sur le programme nucléaire iranien aura "une influence décisive" sur le gouvernement israélien.
Israël, ennemi juré de la République islamique d'Iran, et les pays occidentaux accusent cette dernière de chercher à se doter de l'arme atomique sous couvert d'un programme nucléaire civil, ce que Téhéran dément. L'Etat hébreu est considéré comme une puissance atomique dans la région mais il n'a jamais ni confirmé ni nié avoir des têtes nucléaires.
Penso que Irã deve ter cautela numa situação dessas...
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