Quem sou eu

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Jornalista, por conta de cassação como oficial de Marinha no golpe de 64, sou cria de Vila Isabel, onde vivi até os 23 anos de idade. A vida política partidária começa simultaneamente com a vida jornalística, em 1965. A jornalística, explicitamente. A política, na clandestinidade do PCB. Ex-deputado estadual, me filio ao PT, por onde alcanço mais dois mandatos, já como federal. Com a guinada ideológica imposta ao Partido pelo pragmatismo escolhido como caminho pelo governo Lula, saio e me incorporo aos que fundaram o Partido Socialismo e Liberdade, onde milito atualmente. Três filh@s - Thalia, Tainah e Leonardo - vivo com minha companheira Rosane desde 1988.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

VILA ISABEL INSULTADA 

(06/10/17) - telejornal da Rede Esgoto mostra matéria com o Exército ocupando, com tiroteio e vítimas atingidas dentro de casa,
PARA MIM, CHOCANTE. Não só pelo absurdo da rotinização das FFAA ocupando entradas de favelas, para correr atrás do varejo do tráfico, enquanto os atacadistas continuam em seu conforto de escritórios e apartamentos de vidros escuros.
MORRO DO MACACO, com a subida pela Petrocochino, em Vila Isabel, era a rota de passeio de meu pai e minha irmã depois de alguns almoços de domingo. Ali moravam alguns dos meus mais íntimos amigos de peladas - no início - e paqueras na vizinhança - mais tarde, na esquina da Barão de São Francisco e a Praça Sete. 
O MEDIOCRE JUNGMAN, com sua voz impostada e sua feição cínica, é quem fala hoje a propósito da realidade atual dos Macacos. 
CERTAMENTE nunca ouviram o samba maravilhoso de Lecy Brandão, exaltando um dono de bar, líder da comunidade, no morro do Pau da Bandeira.
NÃO MERECEM = Jungman e Torquato ministro da (in) ser tratados como brasileiro. Não merecem, sobretudo, pisar o solo da Vila Isabel mais tradicional, para lá colocar as FFAA atirando sobre o povo pobre do morro
BATTISTI, SEM JUIZO NO MÉRITO

FB 061017) - Não tenho nada a ver com os rumos tomados pela organização política de Battisit nos anos 70, nem com sua visão de guerrilha urbana. Mas não hesito em considerar absurda essa decisão de prende-lo na fronteira da Bolívia, fazendo alarde de que portava US$ 5 mil e € 2 mil na carteira no momento em que tentava atravessar, em taxi, a fronteira. E mais; ameaçando-o com deportação.
QUE INSTRUENTO LEGAL o impedia de fazer isso? Queiram ou não os trogloditas que hoje conduzem a diplomacia do governo golpista, a situação de Battisti no Brasil é completamente legal, O que lhe dá direito, sim, de passar à Bolívia caso não haja recusa daquele País em aceitá-lo.
ABSURDA, portanto a perseguição da direita a Barristi, através da decisão bizarra desse juiz curtindo uma decisão "performática".
COXINHA, no Galeão ou em Congonhas, na suas escapadas a Miami para nutrir seus contrabandos domésticos, se investigados nas carteiras estarão conduzindo muito mais do que as divisas que ora Battiisti.
TEMPOS TRÁGICOS. INQUISITORIAIS

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

BANDALHEIRA ANUNCIADA
(05/09/17)  - Quando a esquerda combativa foi para as ruas, se colocando contra o senso comum que apoiava o movimento de cúpulas municipal, estadual e federal para trazer Jogos Olímpicos e Copa do Mundo para o Rio, rádios e TVs, particularmente as da Rede Esgoto, esbravearam.
Sectários inconsequentes foi o mínimo que se ouviu, quando não vândalos, para denunciar as manifestações de massa contra o que realmente se projetava.
A resistência combativa foi derrotada. Uma multidão festejou a frente de telões os braços dados e troca de afetos entre Nuzman, Cabral, Paes e Lula.
O TEMPO PASSA, e o que mobilizava aquela brava juventude se comprova com as investigações que levam à prisão Carlos Artur Nuzman e seus acólitos. Estão aí as investigações comprovando tudo o que então se anunciava. 
OS EVENTOS FORAM APENAS INSTRUMENTO PARA BENEFICIAR, COM PROPINA NO CONTRAPONTO, OBRAS QUE LIQUIDARAM O HISTÓRICO MARACANÃ E NOS DEIXARAM UM CEMITÉRIO DE LEGADOS PODRES.
Ter dado apoio incondicional a essa manobra previsivelmente criminosa, tendo em vista os protagonistas, não deixa confortável o lulopragmatismo.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

TEATRO DE HORRORES 

(04/10/17) Até a equipe econômica do governo golpista considera absurdas as bandalheiras introduzidas no Refis.
Não o manifestam por seniimento republicano, mas por pragmatismo, pois são os autores da bandalheira original, o Refis em si, instrumento pelo qual sonegadores são premiados com uma incontestável anistia pelos crimes tributários anteriores.

MAS O PIOR vem na sequência. Essa equipe econômica geradora da proposta salvífica de recursos que o governo necessita desesperadamente, não tem poderes nem argumentos para pressionar o Executivo postiço no sentido de verá-las. E por que? Porque o Executivo não tem legalidade nem legitimidade para Executar. Está enredado em investigações que justificariam cassações e prisões de "altos mandatários", dispusesse o Legislativo de uma Câmara de Representantes, e não um covil de maioria desqualificada. Troca o tempo de administrar pelo tempo de comprar votos que impeçam ao STF investigar o que tem que ser investigado e denunciado.

ANOMIA SOCIAL - E por que, num quadro sem precedentes de rejeição popular, esse Executivo continua a dar cartas, a despeito de um ou outro pronunciamento de militares que deveriam se manter calados?
Porque na ponta da mobilização que deveria ser intensa contra tal cenário, o ceticismo, a pasmaceira, a indignação, a anomia social parecem se consolidar.E isso tem explicação, para quem viveu a resistência permanente ã implantação do neoliberalismo tardio do mandarinato FHC. Para quem testemunhou seguidas ocupações de Brasília pelo MST e pela CUT, então entidades marcadas por uma coragem cidadã incontestável.
Onde elas estão? Com que bandeiras se apresentam ao combate?
O que resta de suas energias, lamentavelmente, parece estar concentrado em alguns atos isolados onde a grande política e o debate ideológico são substituídos pelo cantochão de apoio às lamúrias - até eventualmente legítimas - de Luiz Inácio Lula da Silva contra as "injustiças" dos que ousam não considero-lo o "mais honesto" de todos os brasileiros.

Não dão atenção às frequentes reafirmações do lider referencial em defesa da ordem vigente, no afeto que não se encerra por Henrique Meirelles, e na ameaça de não tocar em nada do pacote anti-social que vier a ser definitivamente aprovado pelo governo golpista.
A ANOMIA encontra combustível exatamente aí. A mobilização,que deveria estar concentrada na contestação das sequelas da conjuntura atual , está concentrada na luta para a garantia da presença de Lula na próxima disputa presidencial.

É a luta por uma outra sociedade sendo atropelada pela batalha em prol de um projeto pessoal de características programáticas indefinidas.

TRÁGICO, é o mínimo que se pode dizer, se o Povo Sem Medo, com as ocupações do MTST, não conseguir ressuscitar em âmbito amplo aquilo que foi rotineiro até passado não tão distante.


Luta que Segue!!

terça-feira, 3 de outubro de 2017

REFIS BANDIDO 
fb 03/10/17
- Só o PSOL, através dos deputados Glauber Braga e Ivan Valente, faz a pergunta que MiniMaia, na presidência do covil parlamentar, não responde.
Esse Cardoso Filho, "parlamentar", cujas empresas têm um débito com a Receita na ordem de R$ 53 milhões, pode ser relator de uma Medida Provisória da qual é beneficiário direto?
MiniMaia, parceiro da bandidagem do plenário, faz cara de paisagem e não responde.
Uma MP que se traduz em instrumento emulador da sonegação tributária, ao estabelecer a 15ª anistia às empresas que sonegam de forma voluntária - e já contando com o próximo Refis - impostos e tributos
MINIMAIA apenas confirma que sua presença na condução dos trabalhos daquele fétido covil não é para defender o caráter republicano da instituição que apodrece a cada legislatura.
Está lá para, em cumplicidade com relatores ilegais, e meliantes que trocam votos por emendas (quando não por propina), para aprovar projetos e emendas constitucionais voltadas contra o interesse social, mas atendendo à manutenção de privilégios a seus financiadores de campanhas.
PULHAS!! CANALHAS!! (estendendo a caracterização aos vermes do senso comum imbecilizado que neles votam}

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

O FEUDALISMO INIMPUTÁVEL -
fb 011017
 É preciso recorrer à mídia estrangeira para que uma das mais trágicas práticas de genocídio venha à luz.
Trata-se do massacre permanente que, por meio de bombardeios diários, a monarquia medieval da Arábia Saudita realiza contra o povo do Yemen. Está lá no independente Publico, da Espanha.
Faz todo sentido.
A Arábia Saudita é o rabo que abana o cachorro instalado na Casa Branca, desde que se revelou a relação patronal da família proprietária daquele território rico em petróleo sobre a família Bush, nos Estados Unidos.
Sim, o velho Bush e seu filho, ambos presidentes da "grande democracia do Norte", eram egressos de relações empresariais com os Saud. Representantes locais dos interesses da monarquia medieval.
No Brasil, se alguém quiser notícias sobre essa anomalia geopolítica, vai tê-la num artigo semanal no boletim da direita mais reacionária do brazil, produzido por um "jornalista" saudita. Estará sempre louvando os feitos do seu "governo". O último tratou da impressionante iniciativa de permitir que mulheres pudessem dirigir automóveis.
ESSE BALÃO NINGUÉM TASCA - Pois é...contra essa monarquia genocida, que financia o ISIS e gerou a al-caeda, ninguém se move. Ao contrário. A ela estendem tapetes e prestam homenagem.
De forma clara, comprovam o dito antigo de Kissinger, para justifica apoio a pinochet e demais ditadores da década maldita da América Latina:
"São una FILHOS DA PUTA, mas são NOSSOS FILHOS DA PUTA".
CANALHAS!!

PS- íntegra da matéria em http://www.publico.es/internacional/mundo-cierra-ojos-matanza-arabia-saudi-desata-yemen.html


QUANDO A VÍTIMA VIRA RÉU - 

FB 01/10/17
Moradores de rua, por conta de deficiência na iluminação pública, são apontados como ameaça à segurança de moradores de Ipanema e Leblon,em matéria com destaque no boletim oficial da direita mais reacionária do País.
É a mídia conservadora a serviço de sua classe social da qual se faz porta-voz. Os bairros mais valorizados na especulação imobiliária se sentem em perigo porque suas ruas estão com lâmpadas apagadas, o que resulta num afluxo de famílias morando sob marquises.
Não se cogita, evidentemente, de investigar o que ocorre simultaneamente nas partes menos abonadas da cidade. O que ocorre nas Zonas Norte e Oeste. Para não falar das favelas, onde a leitura é para transformar natural o direito de a polícia ali operar como não opera em nenhuma outra parte da cidade - invadindo casas e atirando de rajada, indiscriminadamente, para depois reconhecer que suas balas "perdidas" atingiram "lamentavelmente" inocentes que se postavam na linha de fogo no "combate a traficantes".

OS MAIS IGUAIS ESTÁO INCOMODADOS e pedem providências. Como? Reprimindo. Tirando das ruas essa gente preguiçosa que não se vexa de viver de esmolas ou da condição de flanelinha.
Como se estes desprovidos de qualquer condição de sobrevivência digna fossem os responsáveis e devessem ser punidos pela desigualdade social da qual são vítimas e não réus.
VOLTANDO A CUBA, me recordei da última viagem e das caminhadas tranquilas nas ruas de Havana que, mesmo desprovidas de iluminação fulgurante, não nos passam a menor sensação de segurança. Pelo contrário. E, engraçado...sem que se veja qualquer carro de "policiamento preventivo" no entorno.
Para não falar em Cuba, posso recorrer a Helsinqui, Oslo. Copenhagen, onde a não ser pelo frio, ninguém deixa de caminhar sozinho numa rua escura.
Por que? Elementar, incautos.
DESIGUALDADE SOCIAL acirrada, e não a falta de iluminação, é a herdeira fonte de violência em suspenso nos ares privilegiados da Zona Sul do Rio de Janeiro.
Desigualdade Social que não se resolve com repressão a suas vítimas, mas sim com a eliminação dos privilégios dos que pregam "limpeza urbana" contra seres humanos. Com um outro modelo de sociedade, onde o lucro, a renda fundiária e a especulação financeira não sejam paradigmas de sucesso.
Luta que Segue!!

domingo, 1 de outubro de 2017

O anacronismo precoce do PSOL
(31/09/17) = Muitos analistas políticos - grupo ao qual me incluo - imaginou, em determinado momento, que o PSOL poderia assumir o espaço que parecia aberto na esquerda com a crise do PT. Embora ainda pouco amadurecido, este partido parecia ter alguns atributos e certa composição interna que poderia caminhar para se tornar uma referência politica importante à esquerda. O obstáculo visível era seu excessivo academicismo de classe média, uma espécie de sina às correntes trotskistas brasileiras: atraía jovens e franjas das classes médias mais intelectualizadas, mas pareciam presas a este círculo social, dificultando ganhar expressão de massas. 
Nas eleições municipais passadas, o PSOL se abriu para os movimentos identitários. Afluíram para esta agremiação lideranças de outros partidos em formação, como o PartidA ou o Raiz Movimento Cidadanista. Muitas lideranças com perfil identitário, de natureza pós-moderna (fragmentários e radicalmente contra a lógica moderna, que denominam de totalitária ou globalizante), se elegeram pelo PSOL. E, a partir daí, o partido passou a patinar. 
Neste momento, o PSOL parece emparedado entre o morenismo de Luciana Genro e a fragmentação pós-moderna dos identitários. Há quem tenha a esperança que este caldo heterogêneo promova o crescimento do partido como ocorreu com o PT dos anos 1980. Entretanto, as histórias partidárias e o momento histórico são absolutamente distintos. 
Nos anos 1980, vivíamos no Brasil um sentimento libertário, de superação daquele regime militar que tudo podia e fazia: matava, perseguia, proibia. Era evidente que a explosão de inovações na política, nas artes, nas religiões, na academia, enfim, no país todo gerasse certa condescendência e expectativa nacional pelo novo, justamente porque o país estava em reconstrução. Um desses momentos históricos em que o país se assemelha à uma assembleia constituinte de rua (como ocorrem em momentos de choque nacional, numa revolução ou numa catástrofe de grandes dimensões). O PT foi um depositário de grande parte destas criações libertárias do período. Mas, a primeira experiência eleitoral do PT (1982) foi um fracasso e produziu uma arrumação interna, liderada por uma corrente recém-criada para este fim: a Articulação dos 113. Algo que não ocorreu no PSOL até o momento. 
Hoje, a situação é absolutamente inversa. Vivemos um refluxo de valores criativos e libertários. A sociedade está contaminada por certo revanchismo descontrolado, de todos contra todos, a raiva substitui a generosidade criativa e o egoísmo é uma fonte inesgotável de ações radicais e irracionais. Egoísmo que sustenta a formação de uma miríade de coletivos e estruturas comunitárias fechadas e autocentradas em suas pautas de natureza antropológica. 
Assim, a lógica pós-moderna do identitarismo tem um campo fértil do ponto de vista cultural e sociológico, mas está longe de constituir um elemento de uma inovação comum, justamente porque é ultraliberal, focado em valores exclusivistas dos coletivos pós-modernos que rejeitam tudo o que possa parecer um discurso único ou unificador. O micro é pregado como mais importante do que o macro, que se apresentaria como miragem doutrinária. Os grupos identitários fecham-se em si, como unidades antropológicas que nunca se aproximam. 
As outras correntes do PSOL parecem admirar a nova energia moral que receberam com tais coletivos pós-modernos, talvez imaginando que a soma levará à contextualização da sigla mergulhada - fatalmente, creem - nos novos tempos. Novos tempos que parecem embaraçar aqueles que chegaram primeiro ao PSOL.
Este é o caso do MES, Movimento de Esquerda Socialista, que tem Luciana Genro como expoente nacional. O MES é uma corrente trotkista, morenista, advinda da Convergência Socialista. Têm como uma das referências o ensaio "Atualização do Programa de Transição", escrito por Nahuel Moreno, em 1980. Certa leitura deste documento exacerba a dicotomia das possibilidades de ação de esquerda: ou revolucionária ou burocrática, donde todas outras possibilidades ou ações conjunturais definhariam aos olhos da esquerda (a despeito do autor sugerir situações contraditórias mesmo em relação aos estágios iniciais de uma revolução socialista). 
Quando debati com Luciana Genro na UNI-BH fiquei impressionado com a quantidade de vezes que citava (sem citar o autor das passagens), passagens inteiras da Revolução Permanente e do Programa de Transição. Textos importantes, mas que o excesso de citação me deixou a impressão de certo doutrinarismo já que, convenhamos, os tempos são outros e os desafios distintos dos anos 1920 ou 1930. Mas, evidentemente, este não é o problema essencial. O problema é que as posições da líder do MES passaram a identificar parte da esquerda nacional como uma vertente entreguista e mancomunada com setores empresariais e retrógrados (pior que a situação de burocratização de uma força de esquerda, portanto), de maneira que não restaria nenhuma outra alternativa que o isolamento purificado do PSOL. 
Estas duas correntes - o identitarismo e o morenismo - a despeito de terem fortes divergências teóricas e conceituais entre si, passaram a ser a face mais visível do PSOL no último período. E, sem perceberem, caíram na armadilha que desejavam superar: o institucionalismo. Nada mais anacrônico na política nacional. Tanto o MES, quanto os identitários, passaram a ter no parlamento e nas eleições seu principal foco de atuação. Aliás, já comentei que há um problema original no PSOL que é a dificuldade de sustentar uma articulação interna hegemônica e dirigente estável. Sua principal força interna é aquela que tem sucesso e projeção na última campanha eleitoral, passando dos católicos e lideranças carismáticas de classe média (fase Plínio de Arruda Sampaio e Marcelo Freixo), pelos trotskistas (fase Luciana Genro) e identitários (emergentes a partir das últimas eleições municipais). 
Assim, o PSOL patina na sua própria imaturidade, o que lhe dá chance de sair do terreno movediço na medida em que acolher seu amadurecimento. 
O PSOL, enfim, parece inconscientemente querer reeditar a história original do PT, num momento histórico distinto e sem a recomposição interna ocorrida em 1982 naquele partido. A colcha de retalhos ou a federação de correntes (pouco convergentes em termos programáticos e teóricos) também foi um sonho original do petismo, tanto que criaram um método de tomada de decisão que denominaram de "consenso progressivo", desaguando em reuniões sucessivas e intermináveis até que se chegasse a algum acordo interno. A própria corrente Articulação (cujo filhote atual é a corrente majoritária CNB) se organizava em "famílias", termo para didaticamente ilustrar as subcorrentes definidas por organizações quase autônomas ou representações corporativas (bancários, professores, entre outros) que competiam entre si com candidaturas e teses próprias. 
O PSOL parece confiar que é possível retomar o Paraíso, desconhecendo o pecado original como parte desta mesma história. 
Este é o motivo para esta agremiação, promissora até pouco tempo, parecer apartada do debate nacional e das principais disputas em curso em nosso país. Em todos os grandes temas - da crise institucional à crise do governo Temer, do ataque da extrema direita à liberdade artística às projeções das eleições de 2018 - o PSOL não figura como referência nacional, embora tenha quadros para tanto. 
Há algo a ser analisado nesta "história circular" que o PSOL parece alimentar.