Evidentemente, não o faz por abertura a princípios democráticos, ou maior participação social nas decisões governamentais. O faz pela certeza da hegemonia ideológica crescente dessa direita conservadora, na eleição para os poderes Executivo e Legislativo dos países mais importantes do continente; E por duas razões, principalmente.
A primeira é se aproveitar da degradação dos valores progressistas, e do ceticismo, principalmente entre os jovens sem perspetivas de futuro sadio, pelo acovardamento dos governos socialdemocratas diante dos ditames neoliberais dos sitemas financeiros privados, aos quais vêm submetendo as rédeas de seus governos, pelo menos nas últimas duas décadas.
A segunda está na, digamos, desarrumação orgânica dos principais partidos da esquerda realmente socialista, tanto por sectarismo quanto por uma inexplicável acomodação ao sistema. Neste último caso, vale lembrar a rendição ideológica dos dois principais partidos comunistas - o italiano e o francês - a partir do desmonte da URSS, e ao longo da década de 90.
Se o PC francês se recompõe, a partir da remoção de Robert Hue, antigo secretário-geral, hoje abrigado no PS, e começa a recuperar espaços através de uma ação anticapitalista efetiva, e não apenas doutrinária, através da formação do Front de Gauche com o partido formado pelos dissidentes, pela esquerda do PS, o mesmo não se pode dizer do PC italian. Este,, totalmente entregue aos burocratas cooptados pelo grande capita, hoje se limita ao papel de linha auxiliar da centro-direita italiana .
Se o CDU ainda tem como adversário principal o SPD (socialdemocracia alemã), estamos diante de um quadro semelhante à falsa polaridade "Democratas x Republicanos", made in USA, onde a única distinção está na velocidade e na intensidade da aplicação de uma mesma política fundamentalista, pautada no expansionismo e na submissão aos interesses do complexo industrial-militar-pertrolífero.
É bem verdade que a Alemanha ainda conta com a ascenção do Die Linke (A Esquerda), partido formado pela fusão dos dissidentes do SPD, liderados por LaFontaine com os comunistas libertários da Alemanha do lest). Embora jovem - nasceu em 2007 -, já começa a obter resultados eleitorais consistentes.
Mas o fundamental é compreender que tais esforços promissores, localizados, não interferem ainda na ascensão da direita ideológica no momento de ocupação dos quadros deliberativos dos aparelhos de Estado. O exemplo mais expressivo está no que se prevê para as próximas eleições parlamentares da Espanha onde, a despeito das multidões que acampam nas jovens manifestações de Indignados, a vitõria é quase certa para o Partido Popular, da direita nostálgica da ditadura franquista.
E isso nos chama a atenção para a necessidade de, além de festejar essas manifestações espontâneas, não nos mantermos em seus limites. Carece agir para que seu aspecto festivo não se deixe dominar pela voga alienante da despolitização da política. Que incorporem a necessidade de participar da disputa de poder real, porque a vida não está apenas nas praças. Está na política concretal; aquela que controla os poderes do Estado, confrontando o embate pela sua democratização permanente, e contra a tendência autoritária implícita na aplicação de regras governamentais neoliberais, fundadas na garantia da manutenção dos privilégios do gra nde capital, e na demolição e avanço das conquistas sociais;
Se Merkel propõe eleição direta para a presidência da Comissão Eleitoral, ela o faz por ter certeza que pode limitar o poder das ruas com o controle dos instrumentos legislativos e repressivo; Pois são estes que determnam a segurança de manter os Indignados limitados às suas saudávei,s mas absolutamente inócuas manifestações de rua.
Segue a matéria sobre as propostas da CDU:
La CDU propose d'élire le président européen au suffrage universel
LEMONDE.FR | 14.11.11 | 19h52 • Mis à jour le 14.11.11 | 19h54
Leipzig, envoyé spécial - La première journée du congrès de l'Union chrétienne-démocrate (CDU), lundi 14 novembre, à Leipzig, s'est déroulée sans réelle difficulté pour Angela Merkel, chancelière mais aussi présidente du parti chrétien-démocrate. L'avenir de l'Europe n'était pas initialement prévu au programme mais s'est imposé à l'automne, notamment pour satisfaire les militants qui jugent la politique du gouvernement trop laxiste vis-à-vis des Grecs aujourd'hui et peut-être des Italiens demain. La motion sur la présidence de la Commission européenne, proposée par la direction, a été adoptée à la quasi-unanimité. Sur 1001 délégués, seuls neuf ont voté contre et dix se sont abstenus.
La standing ovation de plusieurs minutes à laquelle ont eu droit, à l'issue de leurs interventions, Angela Merkel puis, quelques heures plus tard, Wolfgang Schäuble, le très europhile ministre des finances, ne laissait pas place au doute. L'idée-maîtresse de la chancelière – et de la motion – tient en un slogan : la réponse à la crise "n'est pas moins d'Europe mais plus d'Europe". Non seulement parce que l'Europe, c'est la paix mais parce que "neuf millions d'emplois dépendent directement de l'euro".Certes, il est peu probable que les Vingt-Sept s'accordent rapidement sur cette révolution : la Grande-Bretagne y est hostile et les dirigeants de la CDU croient savoir que Nicolas Sarkozy l'est également. Mais le jalon est posé. De même, les délégués ont rejeté à une écrasante majorité la proposition de pondérer le poids de chaque pays au directoire de la Banque centrale européenne en fonction du poids de chaque économie, ce qui évidemment revenait à renforcer le poids de l'Allemagne.
Soucieuse d'apaiser le climat à l'intérieur de son parti, la chancelière a multiplié les références à Konrad Adenauer et à Helmut Kohl Mais elle n'a pas non plus cherché à gagner son congrès sur le dos des "petits" pays européens ou des pays en difficulté prompts à critiquer l'arrogante Allemagne. Si la motion sur l'Europe consacre un paragraphe à l'importance de "l'amitié franco-allemande", Angela Merkel n'a pas évoqué la France. Sauf en creux. En rappelant qu'il y a deux siècles, Leipzig avait été au cœur d'une sanglante bataille. De fait, ce fut l'une des plus humiliantes défaites de l'armée napoléonienne.
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