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Jornalista, por conta de cassação como oficial de Marinha no golpe de 64, sou cria de Vila Isabel, onde vivi até os 23 anos de idade. A vida política partidária começa simultaneamente com a vida jornalística, em 1965. A jornalística, explicitamente. A política, na clandestinidade do PCB. Ex-deputado estadual, me filio ao PT, por onde alcanço mais dois mandatos, já como federal. Com a guinada ideológica imposta ao Partido pelo pragmatismo escolhido como caminho pelo governo Lula, saio e me incorporo aos que fundaram o Partido Socialismo e Liberdade, onde milito atualmente. Três filh@s - Thalia, Tainah e Leonardo - vivo com minha companheira Rosane desde 1988.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Como banqueiros corrompem acadêmicos e "analistas"

Fundamental para entender a forma como acadêmicos e "analistas de mercado" nos grande órgãos conservadores de comunicação são corrompidos pelo grande capital financeiro. Depois desse artigo redigido por um ex-economista chefe do FMI,  o que esses cúmplices da criminosa especulação financeira escreverem será lido de forma mais atenta.

Predadores e professores

Por Simon Johnson
Será que as principais universidades dos Estados Unidos ainda hoje são, como outrora, grandes guardiãs da sabedoria, forças motoras do progresso tecnológico e fontes de oportunidades? Ou se tornaram cúmplices inescrupulosas de elites econômicas cada vez mais vorazes?
Quase no fim do filme "Inside Job", documentário de Charles Ferguson que ganhou o Oscar no ano passado, vários economistas importantes são entrevistados sobre seu papel como animadores de práticas questionáveis e da assunção excessiva de riscos durante o período que antecedeu a crise de 2008. Alguns desses acadêmicos proeminentes receberam somas significativas para garantir os interesses de grandes bancos e outras empresas do setor financeiro. Como Ferguson mostra no filme e em seu recente livro, o revelador "Predator Nation" (Nação de predadores, em inglês), ainda hoje muitos desses pagamentos não foram totalmente esclarecidos.
"Predador" é um termo totalmente apropriado para as atividades desses bancos. Como sua quebra traumatizaria o resto da economia, recebem proteções únicas - por exemplo, linhas de crédito especiais dos bancos centrais e relaxamento na regulamentação (medidas que foram anunciadas ou antecipadas nos últimos dias nos EUA, Reino Unido e Suíça).
Charles Ferguson, de Inside Job, acredita que a consultoria acadêmica ao sistema financeiro está fora do controle. Concordo, e controlar isso será complicado enquanto universidades e os bancos "grandes demais para falir" continuarem tão interligados.
Como resultado, as pessoas que administram esses bancos são encorajadas a assumir muitas apostas arriscadas, incluindo atividades que são puramente jogos de azar. Trata-se de um esquema de subsídios do governo perigoso e sem transparência, que, no fim das contas, envolve grandes transferências de dinheiro dos contribuintes para algumas poucas pessoas do setor financeiro.
Para proteger o esquema e garantir sua continuidade, megabancos internacionais contribuem com grandes quantias de dinheiro para os políticos. Por exemplo, o executivo-chefe do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, recentemente testemunhou na Comissão Bancária do Senado dos EUA sobre a aparente falha na administração de risco que provocou prejuízo estimado de US$ 7 bilhões nas operações de corretagem de sua firma. A OpenSecrets.org estima que o JPMorgan Chase, maior conglomerado bancário dos EUA, gastou perto de US$ 8 milhões em contribuições políticas em 2011 e que Dimon e sua empresa fizeram doações para a maioria dos senadores integrantes da comissão. Não é de surpreender que a maior parte das perguntas dos senadores tenha sido marcada pela amabilidade. E a estratégia mais ampla do lobby do JPMorgan Chase parece estar compensando; as "investigações" sobre falhas irresponsáveis na administração e possíveis riscos ao sistema como um todo provavelmente acabarão encobrindo erros.
Para sustentar sua estratégia política, os megabancos internacionais também promovem operações altamente sofisticadas de propaganda e desinformação, com o propósito de pelo menos cobrir com um verniz de respeitabilidade os subsídios que recebem. É aqui que entram as universidades.
Em recente mesa redonda da Comissão Reguladora de Operações a Futuro com Commodities (CFTC), um representante do setor bancário sentado próximo a mim citou um estudo de um destacado professor de finanças da Stanford University para apoiar sua posição contra alguma regulamentação em particular. O representante bancário deixou de mencionar que o professor havia recebido pelo estudo US$ 50 mil da Associação do Setor de Valores Mobiliários e Mercados Financeiros (Sifma, na sigla em inglês), um grupo lobista. (O professor, Darrell Duffie, revelou publicamente o valor de sua comissão e a doou para obras de caridade).
Por que deveríamos levar esse tipo de trabalho a sério - ou mais a sério do que outros trabalhos pagos de consultoria?
A resposta provavelmente é porque a Stanford University tem grande prestígio. Como instituição, conseguiu grandes feitos. E seu corpo docente é um dos melhores no mundo. Quando um professor escreve um estudo em nome de um setor empresarial, esse setor aproveita - e, de certa forma, aluga - o nome e a reputação da universidade. Naturalmente, o representante bancário na mesa redonda da CFTC enfatizou "Stanford" quando citou o estudo. (Não estou criticando essa universidade; na verdade, outros acadêmicos de Stanford, entre os quais Anat Admati, estão na linha de frente da defesa por reformas sensatas).
Ferguson acredita que essa forma de "consultoria" acadêmica está fora do controle. Concordo, e controlar isso será complicado enquanto universidades e bancos "grandes demais para falir" continuarem tão interligados.
Nesse contexto, recentemente fiquei decepcionado ao ler no "The Wall Street Journal" uma entrevista com Lee Bollinger, presidente da Columbia University. Bollinger é um diretor "classe C" no Federal Reserve (Fed) regional de Nova York - indicado pelo Conselho de Governadores do sistema do banco central americano para representar o interesse público.
No que foi aparentemente sua primeira entrevista ou declaração pública sobre questões de reforma bancária (ou mesmo sobre finanças), o principal argumento de Bollinger era de que Dimon deveria continuar no conselho do Fed de Nova York. Ele valeu-se de uma linguagem surpreendentemente não acadêmica - asseverando que as pessoas sugerindo a renúncia de Dimon ou sua substituição são "tolas" e têm uma "falsa compreensão" de como o sistema realmente funciona.
Atualmente, estou requerendo ao Conselho de Governadores do Fed para tirar Dimon de seu cargo. Quase 37 mil pessoas assinaram a petição on-line em change.org*.
A intervenção de Bollinger pode mostrar-se útil para Dimon; afinal, a Columbia University é umas das universidades mais renomadas do mundo. Por outro lado, também poderia se mostrar produtiva para fazer avançar o debate público sobre como os executivos de bancos "grandes demais para falir" sustentam seus subsídios implícitos.
Escrevi uma réplica detalhada da posição de Bollinger. Espero que ele, no espírito do diálogo acadêmico aberto, responda de alguma forma pública - seja por escrito ou concordando em debater pessoalmente comigo o assunto. Precisamos de uma conversa de maior visibilidade sobre como reformar a pouco saudável relação entre universidades e instituições financeiras internacionais subsidiadas, como o JPMorgan Chase. (Tradução de Sabino Ahumada).
* www.change.org/petitions/jamie-dimon-must-resign-or-be-removed-from -the-new-york-federal-reserve-board-of-directors.
www.baselinescenario.com/2012/06/14/an-institutional-flaw-at-the-heart-of- the-federal-reserve/
Simon Johnson foi economista-chefe do FMI e é cofundador do blog sobre economia www.BaselineScenario.com, professor da MIT Sloan, membro sênior do Instituto Peterson para Economia Internacional e coautor de "White House Burning: The Founding Fathers, Our National Debt, and Why It Matters to You" (Casa Branca em chamas: os pais fundadores, nossa dívida nacional e por que isso é importante para você, em inglês), com James Kwak. Copyright: Project Syndicate, 2012.

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O amálgama preconceituoso entre Judeu, Sionista e Israelense

Para os sionistas fundamentalistas, sou um antisemita, embora seja semita de origem. Por que? Porque não hesito em diferenciar o sionismo, reacionário e xenófobo, do judaísmo humanista. Constato, pelo artigo em anexo, que estou em boa companhia. Existe uma lista elaborada por entidade sionista Self Hating and/or Israel Threatening, cujas iniciais produzem a sigla SHIT (merda, em inglês), produzida por site sionista, denunciando como traidores os judeus que não se alinham com a política de Israel em relação à Palestina, mesmo quando cumpridores fiéis dos preceitos da religiáo. 
Noam Chomski, Daniel BenSaid, e Woody Allen estão entre os mais de 7 mil judeus que "envergonham os judeus", por não se renderem ao amálgama entre Judaismo, Sionismo e Estado de Israel.
Sinto-me honrado pela companhia.

Segue o texto escrito por um "renegado", no portal Rue 89, ora sob controle do prestigiado semanário francês Nouvel Observateur:


Critique envers Israël, je me retrouve sur la liste des « juifs honteux »

Simon Assoun



Capture d’écran du haut de la page web de la « Jewish SHITlist »
Je suis étudiant lyonnais en science politique. Je suis juif, issu d’une famille traditionaliste. J’ai beaucoup fréquenté la synagogue de la ville où habitent mes parents, je lis l’hébreu, j’ai fait ma bar-mitsva et je ne mange pas de porc.
Cela ne m’a pas empêché de me retrouver récemment désigné comme « juif honteux », à deux reprises. Parce que je ne suis pas un franc supporter de la politique israélienne et parce que je ne partage ni le raisonnement communautariste, ni les positions politiques de certains de mes coreligionnaires.

La « Jewish SHITlist »

D’abord, j’ai pu échanger sur Internet avec le fils d’un avocat franco-israélien influent dans les milieux sionistes en France et en Israël qui m’a très rapidement traité de « jeune con ignorant de 17 ans et par-dessus tout juif honteux ».
Je n’ai appris qu’après qui était cette personne : un jeune avocat franco-israélien marchant dans les pas de son père (il a écrit un article très agressif sur Salah Hamouri que l’on peut trouver sur Internet).
Etre renvoyé à sa religion, à ses origines, pour avoir été critique quant à la politique israélienne, j’avais déjà vécu ça au sein de ma famille. Pourquoi pas...
Deux jours après, en faisant une recherche Google sur mon nom, je tombe sur un site, Masada2000.org, qui publie une longue liste de plus de 7 000 noms. C’est la « Jewish SHITlist » [« shit » signifie « merde » en anglais et, dans ce cas précis, est l’acronyme de « self-hating and/or Israël-threatening », « juifs se détestant et/ou menaçant Israël ». Rue89 a choisi de ne pas mettre le lien menant vers la liste, ndlr].
Cette liste se veut celle de tous les juifs dans le monde désirant inconsciemment une deuxième holocauste (« Jews for a second holocaust ») et partageant une « haine de soi-même » et, par conséquent, une opposition à l’Etat d’Israël.
Cette liste regroupe donc de parfaits anonymes (comme moi) et des personnalités publiques (Daniel Bensaïd, Woody Allen, Schlomo Sand, Noam Chomsky, etc.). Plus de 7 000 juifs « honteux », de l’étudiant dans la masse au réalisateur de cinéma mondialement reconnu.

Appel public à la délation

C’est un site internet tenu par les disciples du Rabbi Meir Kahn, fondateur d’une branche ultraradicale et marginale du sionisme (le kahnisme). Il est aussi de la Jewish Defense League (JDL, en France la LDJ). Ce courant prône notamment l’établissement du Grand Israël et le transfert ethnique de tous les Arabes de Palestine.
Ils s’appuient sur une lecture de la Torah (lecture reconnue par aucune autorité rabbinique) selon laquelle tous les juifs du monde doivent impérativement, commandement divin, conquérir toute la Palestine et la purifier. Charmant.
Les méthodes pour enrichir leur liste de « juifs honteux » (on retrouve aussi l’appellation « judenräte » sur ce site) avec des anonymes : appel public à la délation, avec garantie de l’anonymat pour le dénonciateur, de toutes les personnes méritant de se trouver dans la liste.
Ils recopient aussi – c’est comme ça que j’ai dû me retrouver dessus – les noms des signataires de pétitions un peu à gauche (j’ai signé une pétition de l’UJFP (Union juive française pour la paix) il y a trois ans).
Le traître parmi les siens, le moins que rien ou le pire que tout, celui qu’il faut lister. Ce n’est pas facile d’être montré du doigt par ses coreligionnaires, de se voir renvoyer sa religion à la gueule comme ça.
Des juifs faisant des listes de juifs, cela peut ressembler à de l’humour noir, mais c’est avant tout l’expression d’une violence, celle par exemple du Crif qui,comme le dit Esther Benbassa sur son blog, « fait régner sa loi à l’intérieur de la communauté juive, bannissant l’un, qui n’obéit pas à ses injonctions, l’autre, qui publie un livre non conforme, un troisième encore qui ose critiquer la politique d’Israël ».

Amalgame entre juif, sioniste et israélien

L’amalgame entre juif et sioniste, ou juif et israélien, a causé beaucoup de tort à la communauté juive. Tout comme l’amalgame entre musulman et islamiste-intégriste permet l’expansion de l’islamophobie.
Mais on ne se rend pas compte que cet amalgame peut être produit par une de ses parties. La référence du « juif honteux » parce que critique envers l’Etat d’Israël signifie que le bon juif est sioniste.
La puissance de l’Etat d’Israël serait l’unique garant du salut des juifs du monde entier. Honte aux juifs qui ne reconnaissent sa grandeur et sa justesse. Le simplisme du discours est égal à sa violence. Il n’est pas facile pour un juif en France de faire entendre sa voix quand elle est discordante de celles de ceux qui se disent être nos représentants communautaires.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Israel: Tiro ao alvo em "terrorista" para atrair turistas

Eu não compreendi bem quando vi a chamada na primeira página do Le Monde. "Nós combinamos os valores do sionismo com a a excitação e a alegria do tiro, o que torna a atividade mais significativa". E mais: "Os turistas praticam o tiro ao alvo em cartões chamados 'terroristas', segundo o mesmo site israelense".
Mas está aí abaixo, para quem quiser conferir, a íntegra da matéria do insuspeito jornal francês - quase sempre identificado com Israel nas questões do Oriente Médio - onde se relata a "Caça ao Terrorista"como forma nova de promover sua indústria de turismo. A "recreação" não chega a se constituir em importante aditivo bélico num país onde o arsenal atômico alcança índices altíssimos, e sem qualquer controle ou crítica das instituições internacionais voltadas à implementação do Acordo de não-proliferação de armas nucleares. Mas tem elevado valor simbólico num País cada vez mais subordinado ao mais extremado e fundamentalista sionismo xenófobo e racista.


En Israël, les touristes peuvent passer leur vacances à "tuer" des terroristes

Le Monde.fr | • Mis à jour le

Caliber 3, un camp de tir à Gush Etzion, au sud de Jérusalem, en Cisjordanie, dispense depuis 2007 des cours d'antiterrorisme.
Caliber 3, un camp de tir à Gush Etzion, au sud de Jérusalem, en Cisjordanie, dispense depuis 2007 des cours d'antiterrorisme. | Capture d'écran Youtube.
Les touristes pour qui les lieux saints d'Israël ne procurent pas assez de sensations peuvent apprendre à devenir des militaires israéliens pendant leurs vacances. Caliber 3, un camp de tir à Gush Etzion, au sud de Jérusalem, en Cisjordanie, dispense depuis 2007 des cours d'antiterrorisme.
Ces formations de deux heures sont assurées par d'anciens membres des unités d'élite de l'armée israélienne. Leur mission : apprendre aux touristes à tirer avec une arme, à construire un plan de défense contre l'ennemi ou à gérer une attaque terroriste et une prise d'otages.
"Nous combinons ainsi les valeurs du sionisme avec l'excitation et la jouissance du tir, qui rend l'activité plus significative", est-il expliqué sur le site Internet du camp d'entraînement. "Du fait de notre connaissance de ce programme de tir, les participants vivent un apprentissage différent et très original qui ne peut être expérimenté nulle part ailleurs, sauf sur le champ de bataille", ajoute-t-il.
DU "TOURISME SIONISTE EXTRÊME"
Ce que le Times d'Israël qualifie de "tourisme sioniste extrême" est, selon ce site, "la tendance du tourisme israélien la plus chaude de l'été". "Le fait que l'attraction touristique soit située au-delà de la Ligne verte [qui sépare Israël et la Cisjordanie] ne fait qu'intensifier le plaisir pour les visiteurs, qui sont souvent déçus lorsqu'ils sont informés par leurs guides qu'ils ne sont pas en danger", explique le YNet News.
Les touristes pratiquent le tir sur des cibles en carton appelées "terroristes", selon le même site israélien. "Shay, le guide du camp, fait la démonstration de la meilleure façon d'attraper un assaillant et présente une grande variété de fusils et de ceintures d'explosifs", ajoute-t-il. Ce guide aurait fait partie du commando qui a mené l'opération d'Entebbe, lors de la prise d'otages d'un vol Air France en 1976. "Effet garanti sur l'auditoire", conclut YNet news.
Les plus jeunes touristes sont également invités à s'essayer à la guerre. Michel Braun, 40 ans, est venu de Miami avec ses enfants : "Cela fait partie de leur éducation, (...) afin qu'ils sachent d'où ils viennent, et bien sûr avoir un peu d'action." Brian, un adolescent de 14 ans, un faux pistolet à la main, s'entend dire par le guide : "Ta maman ne sera pas là pour te protéger, donc conduis-toi comme un homme. Es-tu prêt à attraper un terroriste ?" "Oui, je suis prêt", rétorque Brian. A la fin de leur journée, chacun obtient un diplôme indiquant qu'ils ont "complété un cours de tir dans une base en Israël".
BALADES AUTOUR DES INSTALLATIONS DE SÉCURITÉ DU PAYS
"Des touristes en provenance du monde entier viennent ici pour rencontrer des anciens membres des unités d'élite et écouter leurs histoires, dit le directeur du Caliber 3, Sharon Gat. Il s'agit d'un programme spécial créé en raison d'une demande."
Mais le tourisme lié à la terreur n'aurait rien de nouveau en Israël. L'agence de tourisme IU30 offre, elle aussi, des leçons de tir aux touristes. La "Mission Ultime de lutte contre le terrorisme en Israël", créée en 2007, propose, elle, des balades touristiques autour des installations de sécurité interdites au public et la possibilité de rencontrer des instructeurs militaires. De vrais "bijoux touristiques" pour David Pearl, directeur du Conseil régional de Gush Etzion.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A desculpa sonsa de Gilberto Carvalho

Gilberto Carvalho, secretário-geral do governo Dilma, e liderança neoPTista das mais próximas de Lula, levanta tese que precisa ser discutida seriamente. Tenho acordo com ele, quando afirma em matéria anexa, diferença entre apoio e aliança para justificar o encontro Lula-Maluf, na casa do "estupra, mas...".
Numa campanha eleitoral, candidato não recusa apoios até porque quem disputa hegemonia, por caminhos institucionais, pretende que essa hegemonia se estenda à maioria da cidadania que vota - alcançando principalmente os que até então não foram alcançados por nossas propostas no debate das idéias -. Ou seja; aquele eleitor que termina convencido a partir de concluir que suas fidelidades anteriores o traiam e enganavam, apostando em sua alienação. E que se veem diante de uma alternativa nova.
Um candidato de esquerda não pretende convencer um banqueiro, um latifundiário do agronegócio ou um empreiteiro que cresce na corrupção. Mas tem que disputar o voto do eleitor - assalariado, pequeno empresário ou autônomo - que, enganado pela riqueza mediática nas campanhas dos representantes parlamentares desses setores, acha que tais sacripantas possam representar seus interesses específicos.
Se alguém desse campo anunciar publicamente seu apoio, aceitando o nosso programa e nosso candidato sem impor condições, o problema não existe.
É o caso, por exemplo, da campanha de Marcelo Freixo no Rio de Janeiro. Sem abrir mão de suas posições de princípio, alinhadas com o programa do PSOL, conquista adesões por conta de valores que atravessam o campo das esquerdas, influenciando intelectuais e segmentos assalariados médios em função do que fez com seu mandato de deputado estadual - cassação de Alvaro Lins, o todo poderoso controlador do aparato de segurança corrupto, que fez campanha ao lado de Cabral jr, Dornelles e Itagiba. CPI das milícias, mostrando onde o crime organizado penetrava, e continua penetrando, no aparelho do Estado, sob elogios de Cesar Maia e seu então pupilo Eduardo Paes. CPI do tráfico de armas. Ações destacadas que se somaram a iniciativas fundamentais pela Saúde e Educação públicas no Estado -.
Não é o caso no exemplo Lula-Maluf, segundo as próprias palavras de Gilberto: "não houve dinheiro, mas concessão de cargo no governo federal". Ou seja; é aliança política no plano federal, negociada com a privatização do poder público, que  se transferiria, automaticamente, para o âmbito municipal paulista, em troca da adesão explícita de Maluf.
Para além de falsa, essa aliança é burra. Maluf pode dizer que vota em Haddad, mas não porque o nome do candidato se impõe de forma incontestável em São Paulo. Pelo contrário. Ele vem como portador de supostos votos que sua base eleitoral acrescentaria ao insuficiente índice que Haddad apresenta nas pesquisas. Maluf não é lider orgânico. Ele é daqueles caciques da linha "rouba mas faz"que tanto agradam o chamado lumpesinato alienado. Ganha esses votos, mas não pode garantir a transferência.
Nada a ver, portanto, com "apoio espontâneo", mas, sim, com transformação da disputa política em mercado privado. Pior; mercado privado de aparência suspeita.

Segua a íntegra:


Maluf levou cargo, não dinheiro, diz Gilberto Carvalho
Secretário-Geral da Presidência admite que negociação para apoio a Haddad envolveu nomeação no governo federal
Para o tucano José Serra, que também queria fazer aliança com o PP, 'é a população que tem que julgar'
FERNANDO RODRIGUES
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse ontem que o cargo entregue pelo governo a um aliado de Paulo Maluf fez mesmo parte da negociação pelo apoio do PP à candidatura de Fernando Haddad (PT) a prefeito de São Paulo.
Osvaldo Garcia foi nomeado para a Secretaria de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, já comandado pelo PP, com o deputado Aguinaldo Ribeiro (PB).
"Houve uma troca [de cargos], como tem havido em qualquer negociação. Não houve dinheiro", disse Carvalho. "Assim como nós aceitamos o apoio do PP no governo federal, é natural que houvesse uma aproximação com o PP paulista".
A aliança do PT com o PP em São Paulo foi fechada anteontem na casa de Maluf, com a presença do ex-presidente Lula e do presidente do PT, Rui Falcão, além de malufistas históricos, como o vereador Wadih Mutran (PP).
Sobre a proximidade com Maluf, Carvalho declarou: "Não acho que seja uma catástrofe. Se o PP assina a proposta [de governo do PT], não vejo problema".

Emir Sader defende afago com "estupra" e diz que Erundina sabia do acordo

Emir Sader fala. Diz que Erundina sabia da aliança com Maluf quando aceitou ser vice. E defende aperto de mão de Lula com "estupra mas não mata", como se sem esse afago fosse impossível "derrotar a tucanada em S.Paulo". É grave, principalmente para quem releu recentemente Ian Kershaw , analisando o papel do carisma individual no apoio massivo crescente que o povo alemão deu à ascensão de Hitler. O senso crítico se desmonta, a racionalidade se apaga, e o tudo, condenável, é permitido, e justificado, por conta dos objetivos considerados prioritários pelo líder incontestável.


Segue a matéria da FSP:



Intelectuais ligados a PT se calam sobre aliança
Acadêmicos não fazem comentários sobre acordo entre Maluf e Fernando HaddadDE SÃO PAULO
Intelectuais ligados ao PT silenciaram ontem sobre a aliança com o deputado Paulo Maluf (PP-SP) na eleição paulistana e as críticas que culminaram com a saída de Luiza Erundina da vice na chapa de Fernando Haddad.
Secretária da gestão Erundina na prefeitura (1989-1992), a filósofa Marilena Chauí se negou a falar: "Não vou dar entrevista, meu bem. Não acho nada [da aliança]. Nadinha. Até logo".
Também egresso da equipe de Erundina e hoje no governo federal, o economista Paul Singer defendeu a candidatura de Haddad, mas disse que não se manifestaria sobre o apoio de Maluf.
"Não tenho interesse em tornar pública qualquer opinião. Vai ficar entre mim e mim mesmo", afirmou.
Também não quiseram fazer comentários os intelectuais Antonio Cândido, Gabriel Cohn e Eugênio Bucci.
Já o sociólogo Emir Sader, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), disse não ver novidade no apoio, uma vez que o PP é da base aliada federal.
"O fundamental é derrotar a 'tucanalha' em São Paulo. Eu posso gostar ou não do Maluf, mas vou fazer campanha para o Haddad do mesmo jeito", disse.
No Twitter, ele criticou a saída da deputada do PSB da chapa: "A Erundina sabia do apoio do Maluf quando aceitou ser candidata a vice. Então, por que aceitou?"

sábado, 9 de junho de 2012

Campo de concentração:"solução"de Israel para imigrantes indesejados

Abre aspas para a tradução de parágrafo definitório na matéria do Le Monde, cujo noticiário se pauta por uma leitura leniente dos abusos de Israel sobre Gaza e Cisjordânia (tratados como abrigos de "ameaças terroristas): 

"A solução? Internamento de longa duração. O ministério da Defesa vai começar, a partir da próxima semana, a construção de campos de "detenção"podendo "abrigar"20 mil pessoas, no deserto de Neguev. Essa política se tornou possível pela modificação da lei anti-infiltração aprovada em janeiro de 2012, que permte a manutenção, detidos, de imigrantes ilegais - sem processo - durante períodos que podem chegar a 3 anos.

Num país de forte imigração histórica como Israel, esse arrocho na segurança não é aceito sem críticas: de pronto porque a chegada dos falachas (judeus originários da Etiópia) a Israel é de passado recente (entre 1980 e 1991). Mas, para além dissom porque toda referência a campos de detenção gera muita sensibilidade em Israel"

Segue a íntegra 

Israël passe à l'offensive contre les immigrés clandestins africains


Un migrant observe une manifestation anti-immigration africaine en Israël, dans les rues de Tel-Aviv, le 30 mai.
DAVID BUIMOVITCH/AFP
Jérusalem Correspondant (Le Monde 10/06/12)
Des camps de détention sont prévus pour lutter contre une immigration à l'origine d'incidents racistes

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Huit jours : c'est le délai accordé par le ministre de l'intérieur israélien, Eli Yishai, aux immigrés illégaux originaires du Soudan du Sud pour quitter volontairement l'Etat juif, faute de quoi ils seront expulsés. Le chef du parti ultraorthodoxe Shass a fait cette annonce, jeudi 7 juin, peu après qu'un tribunal de Jérusalem a rejeté le recours déposé par des organisations de défense des droits de l'homme, au motif que celles-ci n'ont pas produit la preuve que les intéressés seront en danger s'ils retournent dans leur pays.
Ceux qui acceptent de partir se verront offrir 1 000 euros et un billet d'avion. La mesure devrait concerner environ 1 500 ressortissants sud-soudanais, mais les associations d'aide aux réfugiés assurent qu'ils ne sont pas plus de 700. " Ce n'est pas une guerre contre les infiltrés - immigrants illégaux - , mais une guerre pour la préservation du rêve sioniste et juif sur la terre d'Israël ", a expliqué M. Yishai, en précisant qu'il s'agit d'une première étape vers l'expulsion de tous les illégaux.
En raison de sa situation économique enviable (4,8 % de croissance en 2011), Israël attire de plus en plus d'immigrants économiques illégaux. Depuis environ un an, le rythme des arrivées s'est accru, jusqu'à 1 500 clandestins par mois, surtout originaires d'Erythrée et du Soudan. Tous pénètrent par le sud du pays, en franchissant la frontière avec l'Egypte.
Pour endiguer ce flot migratoire et lutter contre la menace terroriste en provenance de Gaza et du Sinaï, Israël construit une barrière grillagée sur les 240 kilomètres de cette ligne frontalière qui devrait être achevée fin 2012. Pour le moment, elle n'est pas efficace. C'est la première raison de cette répression anti-immigrés décidée par le premier ministre, Benyamin Nétanyahou. La seconde est que les incidents racistes visant les Noirs se sont multipliés ces dernières semaines. Le dernier en date, le 4 juin, a pris la forme de l'incendie volontaire d'un appartement occupé par des Erythréens à Jérusalem.
L'expulsion probable des SudSoudanais n'est qu'une facette d'un dispositif plus vaste visant à s'attaquer au problème des quelque 62 000 immigrés africains illégaux résidant en Israël.
M. Nétanyahou a reconnu qu'il est difficile à l'Etat juif d'expulser les Erythréens et les Soudanais en raison des menaces qui pèsent sur eux dans leurs pays. " Il y a encore environ 15 000 Soudanais et 35 000 immigrés d'Erythrée : pour le moment je ne suis pas autorisé à les faire sortir ", a confirmé M. Yishai.
Internement longue durée
La solution ? L'internement de longue durée. Le ministère de la défense va commencer, dès la semaine prochaine, la construction de camps de détention pouvant abriter 20 000 personnes, dans le désert du Néguev. Cette politique est rendue possible par une modification de la loi anti-infiltration, approuvée en janvier 2012, qui permet de maintenir en détention des immigrés illégaux - sans procès -, pendant une période allant jusqu'à trois ans.
Dans un pays de forte immigration historique comme Israël, ce tour de vis sécuritaire n'est pas accepté sans critiques : à la fois parce que l'arrivée des falachas (juifs originaires d'Ethiopie) en Israël n'est pas très ancienne (entre 1980 et 1991) et, au-delà, parce que toute référence à des camps de détention reste très sensible en Israël.
Laurent Zecchini

domingo, 3 de junho de 2012

A banca afunda a Europa


CLÓVIS ROSSI

(fsp 03/06/12)
A crise não está no setor público, mas no entupimento das veias do sistema financeiro

A Europa está afundando, admitem até autoridades que, por dever de ofício, precisam ser otimistas.
Seleciono uma delas, Luis de Guindos, ministro espanhol de Economia, para quem "o futuro do euro se joga nas próximas semanas na Itália e na Espanha". Note, leitor, que o ministro não cita a Grécia, o suposto bandido do filme europeu. Cita duas grandes economias.
De Guindos acha que a única maneira de evitar o colapso do euro seria uma "união bancária", que permitiria injetar dinheiro (público, é claro) diretamente nas veias do sistema financeiro, entupidas por ativos tóxicos.
Tradução livre: o problema, ao contrário do que diz a narrativa convencional, não são os Estados gastadores, mas o setor privado, em especial o sistema financeiro, que simplesmente não cumpre sua função primordial, a de engraxar as engrenagens da economia com crédito.
Pulo para Andrew Moravcsik, diretor do programa sobre a União Europeia da Universidade de Princeton: "Embora a alguns países do sul da Europa, como a muitas democracias ocidentais, possa fazer bem cortar os deficits do governo, gastos extravagantes e descuidados não foram a principal causa da crise. Os países da eurozona tiveram políticas fiscais relativamente prudentes; muitos tinham deficits inferiores aos do Japão, EUA e Reino Unido".
(A Espanha, por exemplo, teve superavit fiscal entre 2005 e 2007).
Volto a Moravcsik: "Muito mais importante para causar a crise foi a miopia e a relaxada regulação do setor privado, o que alimentou políticas bancárias imprudentes na Irlanda, insuficiente competição em mercados italianos, e um 'boom' imobiliário que deu errado na Espanha".
Fecha com a afirmação de que "não há razão para jogar a culpa na falência do modelo social do continente".
Explico: a narrativa convencional diz que o formidável Estado de bem-estar social que a Europa construiu -para o meu gosto, o menos ruim dos modelos concebidos até agora- não pode mais ser financiado. É só parte da verdade: de fato, há exageros que devem ser corrigidos, mas as políticas que estão sendo praticadas equivalem a jogar fora a criança (o modelo) junto com a água suja do banho (os exageros).
Se o problema é menos do poder público e mais do setor privado, em especial da banca, fica claro que é inútil o cruento ajuste que está sendo imposto. Os Estados, desossados como estão sendo, não conseguirão bancar o saneamento de suas bancas.
O setor de pesquisas do banco suíço UBS calcula que só os bancos espanhóis precisam de uma recapitalização na altura de € 100 bilhões. Até no pequeno Portugal, os bancos vão precisar de mais ajuda, em torno de € 6 bilhões, diz a agência de classificação de risco Fitch.
O pior é que, no ponto a que se chegou, é quase inevitável socializar de novo o prejuízo. Mas um dia alguém terá que impor a socialização do lucro, sob pena de a crise se tornar eterna.