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Jornalista, por conta de cassação como oficial de Marinha no golpe de 64, sou cria de Vila Isabel, onde vivi até os 23 anos de idade. A vida política partidária começa simultaneamente com a vida jornalística, em 1965. A jornalística, explicitamente. A política, na clandestinidade do PCB. Ex-deputado estadual, me filio ao PT, por onde alcanço mais dois mandatos, já como federal. Com a guinada ideológica imposta ao Partido pelo pragmatismo escolhido como caminho pelo governo Lula, saio e me incorporo aos que fundaram o Partido Socialismo e Liberdade, onde milito atualmente. Três filh@s - Thalia, Tainah e Leonardo - vivo com minha companheira Rosane desde 1988.

sábado, 15 de outubro de 2011

Jornal Nacional distorce sentido de manifestações anticapitalistas na Europa e nos EUA

O Jornal Nacional não surpreendeu. Fez manchete sobre as manifestações do Dia Mundial de Protesto deste 15 de outrubro, como se fossem apenas "contra a crise econômica". Distorção deliberada. As manifestações, pelas suas palavras-de-ordem, foram claramente de denúncia do regime capitalista em sua essência. Foram claramente de denúncia contra a submissão dos governos das grandes potências européias e dos Estados Unidos aos maganos predadores do sistema financeiro privado. Ao grande capital, ao que se submetem ao preço de arrochar direitos sociais do mundo do trabalho.

Na Itália, onde anarquistas atacaram sedes de bancos e órgãos públicos, para além de caveirões dos carabinieri , a repórter-correspondente não hesitou em manifestar preocupação com os poliiciais repressores feridos. Nenhuma referência à repressão premeditada, que levou esses caveirões para o confronto com manifestantes. Deveria, isto sim, tentar estabelecer a relação entre a multidão raivosa e a indignação com a manutenção do governo Berlusconi, na véspera, por uma maioria parlamentar reacionária e nostálgica do fascismo de Mussolini, que apóia o seu clone atual,

Explica-se tal comportamento. A Rede Globo não entuba com facilidade a diferença entre a densidade das mobilizações deste 15 de outubro anticapitalista e o fracasso de suas recentes "mobilizações" pela despolitização da política, nas quais apostou alto, esquecendo que ainda pode muito, mas não pode tudo. 

Lamentável, no Brasil de hoje, é que se a "venus platinada" não consegue ressuscitar as famigeradas TFP, marcha com Deus pela família, e CCC que organizaram nos anos 60 para derrubar o governo popular e democrático de João Goulart, também não há campo para uma mobilização semelhante à ocorrida nas principais capitais do mundo capitalista. E não é difícil explicar porquê. Oito anos de lulismo populista e "pragmático", o "polulismo", foram tempo suficiente para a cooptação, ou rendição, de boa parte da chamada "sociedade civil organizada" progressista, através das benesses da caneta presidencial.

A Rede Globo apenas tentou puxar ainda mais para a direita a despolitização da política que o lider maior do outrora combativo Partido dos Trabalhadores já havia implementado com sucesso em seus dois mandatos, e que vem sendo reforçada pela sucessora. Faltou-lhe o talento e a credibilidade, ao assumir bandeiras que nada têm a ver com sua própria história, nem com suas históricas representações parlamentares e políticas


3 comentários:

  1. francamente, Temer, comparar governo Lula com propósitos da Globo, só pode ser má fé.
    Sabe por que não houve no Brasil a mobilização que houve na Europa? Simples: lá, a classe média (maior parte da população) está perdendo direitos conquistados há décadas, séculos, sei lá, e se proletarizando... Aqui, a classe média está engrossando finalmente, nessa última década; a população mais pobre ascendeu economicamente, assim como o emprego formal cresceu, o que significa, obviamente, mais direitos sociais. Dizer que governo popular é populista é conversa da direita. Uma pena sua análise, começou bem e descambou pro batidão dos que se acham sempre mais à esquerda. O que parece que acontece sempre é que os opostos (extremos) acabam se aproximando, cuidado!

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  2. Noticiar de forma distorcida sobre os acontecimentos não é privilégio só da Rede Globo nem da mídia brasileira. Na Alemanha, só teve um canal que falou rápidamente sobre as manifestações de 15 de outubro. Depois só mostraram cenas da manifestação na Itália, parecendo que só lá estava acontecendo alguma coisa.
    Engano pensar que foi só a classe média que foi para as ruas. As manifestações em Berlim contaram com um público bastante variado de idade, situação financeira e social.
    A questão é que ao longo das duas últimas décadas várias coisas estão sendo decididas sem levar em conta a opinião e o desejo do cidadão. Uma delas foi a entrada na zona do Euro. Ao contrário da Dinamarca, não houve na Alemanha um referendum para se decidir sobre a adoção do Euro ou não. Mas quando a coisa começa a desandar, a corda arrebenta do lado mais fraco, como sabemos. Então ficam as perguntas: que democracia é essa, se os representantes não estão representando o povo? A quem está beneficiando as decisões dos representantes eleitos pelo povo?
    Essa é a mola mestra das manifestações na Europa.

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  3. Eu não entendo como certos(as) idiotas insistem em defender um governo tão corrupto como o do presidente Lula. O PT está no terceiro mandato, e todos sabem que por dois simples fatos: acordo com o PMDB de Sarney e TV Globo. A grande mídia brasileira teem como seus financiadores (patrocinadores) os Bancos - basta ver que todos os telejornais patrocinados por Bancos, daí não sair uma linha que possa prejudicar essas instituições. Por outro lado, os Bancos, nesse consórcio PT/PMDB, nunca na história do Brasil lucraram tanto.

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