"Gilad Shalit’s Release"
Em editorial do New York Times- (Published: October 18, 2011) , sob o título "A libertação de Gilad Shalit", o jornalão americano não faz por menos. A operação foi uma jogada deliberada de Netanyahu para esvaziar as conversações de paz que Israel constantemnte anuncia, sem cumprir, que deveriam ser entabuladas com o principal adversário interno do Hamas, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas (Abu Mazen). E procede a avaliação do jornal. Netanyahu tem como principal inimigo a liderança do Hamas - que não aceita a existência do Estado de Israel -. Mas a manobra de Abbas de exigir o reconhecimento do Estado Palestino, como ente nacional independente, pela Assembléia Geral da ONU, criou um obstáculo sério à parceria que lhe dedicava Netanyahu. Abbas, cujo mandato já é ilegal, pela prorrogação unilateral, e ilegal, de seu mandato já encerrado há dois anos, tinha rabo preso com Israel. O WikiLeaks já havia gerado um escândalo em torno dele e de sua equipe, ao revelar concessões secretas aviltantes que havia feito a Netanyahu, e que causaram afastamento temporário de Saeb Erekat - o chefe da equipe de negociação - , já retornado à Mesa de discssões.
O ato ousado de busca de abrigo na ONU - que já havíamos explicado neste blog como inócuo, embora simbolicamente positivo, por irrealizável sem intervenção externa que retirasse as tropas de Israel da Cisjordânia, para além de desmontar seus postos de controle e seus assentamentos ilegais - podia não resultar em medidas concretas, mas representava importante derrota política para o governo de Israel, e seu principal aliado, os Estados Unidos.
Com a libertação de Shalit e a libertação dos mais de mil resistentes palestinos encarcerados em Israel, Netanyahu teria dado um golpe fortíssimo contra a recuperação de liderança que Abbas havia obtido com a ida à ONU. E criado uma bizarra situação: os grandes vencedores no momento atual são exatamente Netanyahu e seu principal inimibo, o Hamas, de quem cuidará logo depois de dobrar a esquina, com novas e violentas repressões sobre a Faixa de Gaza. Seguindo tudo como dantes nas áreas ocupadas da Palestina torturada.
Segue, na íntegra, o editorial do New York Times
We share the joy of Israelis over the release of Sgt. First Class Gilad Shalit,
who was held by Hamas for five years. We will leave it to the Israeli
people to debate whether the deal — which includes the release of more
than 1,000 Palestinian prisoners — will make their country safer or lead
to more violence or more abductions of Israeli soldiers or other
citizens.
Now that Prime Minister Benjamin Netanyahu of Israel has compromised with Hamas, we fear that to prove his toughness he will be even less willing to make the necessary compromises to restart negotiations. And we fear that the Palestinian president, Mahmoud Abbas, and his Fatah faction, who were cut out of the swap altogether, will be further weakened.
Both Mr. Netanyahu and Hamas were looking for a political win after Mr. Abbas grabbed the international spotlight — and saw his popularity soar — when he asked the United Nations last month to grant his undefined country full membership.
Mr. Netanyahu twisted himself in an ideological knot to get this deal. Only five months ago, he wanted to cut off tax remittances to the Palestinian Authority and urged the United States to halt aid because Mr. Abbas tried to forge a unity government with Hamas, which controls Gaza.
One has to ask: If Mr. Netanyahu can negotiate with Hamas — which shoots rockets at Israel, refuses to recognize Israel’s existence and, on Tuesday, vowed to take even more hostages — why won’t he negotiate seriously with the Palestinian Authority, which Israel relies on to help keep the peace in the West Bank?
Mr. Netanyahu’s backers claim that his coalition is so fragile that he can’t make the compromises needed to help revive peace negotiations. But he was strong enough to go against the grief-stricken families of those Israelis killed by the Palestinian prisoners he just freed. “I know that the price is very heavy for you,” he wrote to them. Why can’t he make a similarly impassioned appeal for a settlement freeze for the sake of Israel’s security?
The United States and its partners should keep trying to get negotiations going. Mr. Abbas should see the prisoner swap for what it is — a challenge to his authority and credibility. The best way to bolster his standing is by leading his people in the creation of a Palestinian state, through negotiations. As for Mr. Netanyahu, we saw on Tuesday that the problem is not that he can’t compromise and make tough choices. It’s that he won’t. That won’t make Israel safer.
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