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Jornalista, por conta de cassação como oficial de Marinha no golpe de 64, sou cria de Vila Isabel, onde vivi até os 23 anos de idade. A vida política partidária começa simultaneamente com a vida jornalística, em 1965. A jornalística, explicitamente. A política, na clandestinidade do PCB. Ex-deputado estadual, me filio ao PT, por onde alcanço mais dois mandatos, já como federal. Com a guinada ideológica imposta ao Partido pelo pragmatismo escolhido como caminho pelo governo Lula, saio e me incorporo aos que fundaram o Partido Socialismo e Liberdade, onde milito atualmente. Três filh@s - Thalia, Tainah e Leonardo - vivo com minha companheira Rosane desde 1988.

domingo, 10 de setembro de 2017

PAUTAS IDENTITÁRIAS COMO ÁLIBI DA DIREITA - 
09/09/17
Tento me conter mas não consigo. Já havia flagrado Cristiane Brasil interrompendo debate sobre a Lei Orçamentária para, da tribuna do covil parlamentar, fazer discurso veemente sobre a violência que campeia contra as mulheres. Vejo-a agora na, propaganda partidária pela TV, fazendo a defesa da tese, muito justa, que as mulheres passem a ter porcentual paritário na representação parlamentar, e não apenas nas listas de candidatas a serem batidas em campanhas.
Sou obrigado a reconhecer que essa senhora faz uma reivindicação oportuna e correta. Mas sem, lamentavelmente, deixar passar que ela votou pelo impeachment de Dilma; que ela votou a favor de todas as propostas anti-sociais do governo golpista; que ela votou contra a abertura de investigaões sobre maracutaias noturnas e subterrâneas de Mixel Usurpador, parceiro de Geddel, Eliseu Quadrilha, Jucá, Sarney, Eduardo Cunha e tudo o mais que houver de desabonador na representação política desse sub-País. 
Aliás, sou obrigado a lhe reconhecer coerência genética na defesa de justas pautas identitárias. Seu pai, Roberto Jefferson, presidente do PTB a despeito de ser um ex-presidiário por corrupção, foi quem relatou e promoveu avanços no projeto da então deputada petista Marta Suplicy - durante o mandarinato neoliberal de FHC - sobre a união civil de pessoas do mesmo sexo. Repito, relatou e promoveu avanços em relação ao original da que se considerava ousada deputada petista.
CONCLUSÃO PARA ABRIR A POLÊMICA - O que pretendo com tais assertivas?
Pretendo apenas reafirmar algo que escapa a uma parte expressiva da esquerda, por conta de pautas identitárias postas em prática por expoentes da direita, terminando por marchar de braços dados com expoentes da direita reacionária, ao não levarem em conta o veneno dessa aliança conjuntural quando limitada à luta isolada da questão essencial maior: a impossibilidade de construir algo realmente positivo e eficaz na extinção das raízes de tais problemas.
Tais pautas, desvinculadas da denúncia permanente do regime gerador das mazelas que elas denunciam, da luta de classes contra o grande capital, vão apenas permitir que tais mazelas continuem se repetindo incessantemente.
Pautas identitárias em luta fragmentária, isolada, terminam, na verdade, por se transformar em álibis para as mais bárbaras perversidades que a desigualdade social crescente só faz se potencializarem. Só vão se servir para a promoção de arrivistas da direita mais reacionária, que nada têm contra elas, desde que não toquem na hierarquia social conservadora que defendem. Isso, quando não se transformarem, inclusive, em confrontos com militantes de outras pautas identitárias de fundo teórico distinto, mas com características e razões teóricas distintas.
Estou aberto ao debate democrático; não aos grunhidos ofensivos.
Luta que Segue!!

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