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Jornalista, por conta de cassação como oficial de Marinha no golpe de 64, sou cria de Vila Isabel, onde vivi até os 23 anos de idade. A vida política partidária começa simultaneamente com a vida jornalística, em 1965. A jornalística, explicitamente. A política, na clandestinidade do PCB. Ex-deputado estadual, me filio ao PT, por onde alcanço mais dois mandatos, já como federal. Com a guinada ideológica imposta ao Partido pelo pragmatismo escolhido como caminho pelo governo Lula, saio e me incorporo aos que fundaram o Partido Socialismo e Liberdade, onde milito atualmente. Três filh@s - Thalia, Tainah e Leonardo - vivo com minha companheira Rosane desde 1988.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Julgamento do soldado Manning definirá se rendição ideológica de Obama é irreversível

O julgamento do soldado Manning, acusado de ter vazado os documentos que o WikiLeaks divulgou, mostrando as mazelas da diplomacia americana em todo o mundo, começa a se transformar em problema sério para Obama. 
Os apoiadores do campo progressista exigem do presidente o cumprimento de suas promessas democratizantes, anunciadas na campanha eleitoral, e ainda não cumpridas no mandato que, em essência, continua praticando os conceitos de política externa intervencionista, e de segurança interna, implementados pelo governo Bush.
O soldado Manning é mantido em estado prisional inaceitável pelas regras internacionais de Direitos Humanos - as mesmas que os EUA invocam para justificar suas cruzadas intervencionistas. E Obama continua se escafedendo de decisões concretas, na medida em que avaliza as informações de seus serviços internos quanto à "forma correta" com que Manning estaria sendo tratado. 
Na verdade, estamos até agora diante de um exemplo concreto da força do sistema capitalista americano, onde o presidente se submete aos comandos dos setores hegemônicos do complexo industrial-militar-petroleiro, usando o conceito de defesa da democracia de acordo com a defesa dos interesses financeiros desse complexo.
O desenrolar do processo - cujo cenário é apresentado na matéria anexa da BBC Brasil - vai permitir definições explícita sobre as opções de Obama em relação aos caminhos que pretende dar suporte - se ao "Ocupem Wall Street"- onde estavam boa parte de seus eleitores - ou se ao Tea Party, xenófobo, racista e produtor do que há de mais reacionário e conservador na sociedade americana



Soldado acusado de vazar documentos vira pedra no sapato de Obama

Atualizado em  16 de dezembro, 2011 - 19:26 (Brasília) 21:26 GMT
Defensores de Manning protestam contra prisão de soldado (AP)
Manning virou símbolo para ativistas antiguerra
Começou nesta sexta-feira a audiência para determinar se o soldado americano Bradley Manning deve ser submetido à corte marcial sob acusação de ter vazado cerca de 260 mil documentos militares sigilosos dos EUA ao site WikiLeaks, num dos maiores casos de vazamento de inteligência da história do país.
Visto como herói por ativistas antiguerra e traidor por quem alega que o vazamento colocou vidas em risco, Manning passou, em pouco tempo, de uma pessoa desconhecida a uma pedra no sapato do governo americano.
De sua cela, não muito longe da Casa Branca, Manning se converteu em uma causa célebre para ativistas de direitos humanos, bem como um símbolo para críticos progressistas da Presidência de Barack Obama.
Manning, que enfrenta mais de 22 acusações – incluindo uma de "colaborar com o inimigo" -, é acusado pelo Pentágono de transmitir ao WikiLeaks centenas de milhares de documentos oficiais relacionados às guerras do Iraque e do Afeganistão, vídeos comprometedores e milhares de telegramas do Departamento de Estado americano.
O soldado, que neste sábado completa 24 anos, está há desde 2010 preso no Estado da Virgínia, incomunicável, aguardando uma data para seu julgamento. Se condenado, pode ser sentenciado à prisão perpétua.

Protestos

Segundo seu advogado, David E. Coombs, Manning tem sofrido "humilhações" no cárcere, e não pôde ser visitado por um relator especial da ONU sobre tortura nem por integrantes da ONG Anistia Internacional, que queriam verificar seu estado de saúde.
As condições em que ele está preso se converteram em motivo de protesto para defensores de direitos humanos e em uma dor de cabeça para Obama, que foi forçado a responder às queixas dos ativistas progressistas que ajudaram em sua campanha à Presidência em 2008 e cujo apoio ele necessitará para o pleito presidencial de 2012.
Esses ativistas têm organizado protestos em frente à prisão onde Manning está detido, arrecadado fundos para a defesa do soldado e se manifestado para a imprensa.
"Se Manning é culpado, que seja julgado, condenado e castigado conforme a lei. Mas seu tratamento deve respeitar a Constituição (...). Não há desculpas para este tratamento degradante e desumano antes de um julgamento", escreveram mais de 250 acadêmicos e juristas em uma carta aberta a Obama.
Entre esses juristas está Laurence Tribe, que deu aulas de direito a Obama na Universidade de Harvard e que certa vez declarou que o presidente dos EUA tinha sido seu melhor aluno.
Agora, Tribe afirma que as condições de prisão de Manning parecem ser "ilegais e imorais".

Trato severo?

Manning em foto de arquivo de 2010
Vazamento atribuído a Manning (foto) expôs documentos de guerra dos EUA
Em resposta, Obama disse recentemente que o tratamento dado a Manning não é excessivo, alegando que o Pentágono lhe assegurou que as condições de prisão "são apropriadas e cumprem nossos requisitos básicos".
O caso Manning também provocou baixas dentro do próprio governo Obama. O ex-porta-voz do Departamento de Estado PJ Crowley renunciou em março após criticar publicamente as condições de prisão do soldado.
Mas se por um lado progressistas se queixam de possíveis excessos, de outro, críticos à direita pedem que Manning seja tratado com ainda mais rigor pelo governo.
"Diria que este caso deveria considerar a pena de morte (para Manning). Ele claramente colaborou com o inimigo de uma forma que poderia levar à morte de um soldado americano ou daqueles que cooperaram conosco", disse em entrevista o congressista republicano Mike Rodgers.

Vazamento

Os documentos cujo vazamento é atribuído a Manning tiveram grande repercussão internacional quando foram divulgados pelo WikiLeaks e por jornais de todo o mundo.
Um dos vídeos vazados mostrava um helicóptero militar americano matando 12 pessoas – entre elas dois jornalistas – em Bagdá, em 2007.
O WikiLeaks também divulgou milhares de telegramas diplomáticos e militares relacionados à guerra iraquiana, colocando a diplomacia americana em saias justas.
Ainda que o WikiLeaks não tenha dito quem vazou os documentos, Manning foi delatado por um hacker. O soldado foi então preso em julho de 2010.
Em comunicado, o WikiLeaks declarou que, "se Manning é de fato a fonte (do vazamento), ele conseguiu sozinho mudar a vida de centenas de milhares de pessoas para melhor".
O argumento do WikiLeaks é de que o material contribuiu para a Primavera Árabe e "expôs torturas e erros em todos os cantos do mundo, responsabilizando diplomatas e políticos por palavras, acordos e pactos realizados a portas fechadas".
Por outro lado, críticos dizem que os vazamentos divulgaram segredos que podem expor militares americanos e seus colaboradores em missões ao redor do mundo.




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