Só falta verificar se a referida empresa conta com subsídios do BNDES na sua função "geradora de divisas">
Detalhes na matéria em anexo
Bomba de gás lacrimogêneo brasileira mata criança no Bahrein
Publicado em 17/12/2011, 12:37
Última atualização às 12:37
São Paulo – Um bebê de cinco dias morreu no Bahrein, vítima de bombas de gás lacrimogêneo atiradas contra manifestantes no país no início da semana. O equipamento de repressão policial é fabricado no Brasil pela Condor Tecnologias Não Letais, que tem sede em Foz do Iguaçu (PR), a 640 quilômetros de Curitiba. Procurada, a empresa diz ser impedida por contrato de informar o destino exato dos equipamentos vendidos a 35 países, incluindo árabes. A pequena nação no Golfo Pérsico convive, desde fevereiro deste ano, com protestos por abertura política.
De regime monárquico – com o tio do rei no cargo de primeiro-ministro – a ilha de 70 quilômetros de extensão fica próxima à Arábia Saudita e mantém uma base militar norte-americana (a 5ª Frota Naval dos Estados Unidos) instalada no sul do território. No início dos protestos, tropas sauditas atuaram na repressão aos manifestantes, chegando até a derrubar a Torre da Pérola, monumento histórico do país. A Rotatória da Pérola era o principal ponto de concentração dos atos contra o governo.
Desde então, as marchas tornaram-se mais difusas e com menores concentrações de pessoas. A repressão deixou de contar com apoio operacional de soldados sauditas, mas foi mantido pela polícia local. Na ação para conter um protesto no domingo (11), em Diraz, a oeste da capital Manama, inúmeras bombas de gás lacrimogêneo foram atiradas. Pelo menos um dos explosivos foi detonado nas proximidades da casa onde estava Sajeda Faisal Jawad, que morreu asfixiada. A informação é da sociedade islâmica Al Wefaq.
De regime monárquico – com o tio do rei no cargo de primeiro-ministro – a ilha de 70 quilômetros de extensão fica próxima à Arábia Saudita e mantém uma base militar norte-americana (a 5ª Frota Naval dos Estados Unidos) instalada no sul do território. No início dos protestos, tropas sauditas atuaram na repressão aos manifestantes, chegando até a derrubar a Torre da Pérola, monumento histórico do país. A Rotatória da Pérola era o principal ponto de concentração dos atos contra o governo.
Desde então, as marchas tornaram-se mais difusas e com menores concentrações de pessoas. A repressão deixou de contar com apoio operacional de soldados sauditas, mas foi mantido pela polícia local. Na ação para conter um protesto no domingo (11), em Diraz, a oeste da capital Manama, inúmeras bombas de gás lacrimogêneo foram atiradas. Pelo menos um dos explosivos foi detonado nas proximidades da casa onde estava Sajeda Faisal Jawad, que morreu asfixiada. A informação é da sociedade islâmica Al Wefaq.
O protesto foi organizado em função da visita do secretário-assistente de Estado norte-americano, Michael Posner, que acumula a chefia do escritório para Democracia, Direitos Humanos e Trabalho da Casa Branca. Os Estados Unidos apoiam o regime do rei de Bahrein e pediram que os manifestantes evitassem a violência.
Nos dias seguintes, manifestantes coletaram os resíduos das bombas e constataram que se trata de equipamento fabricado no Brasil. Com o intuito de constranger autoridades e organizações civis do país a se pronunciar, chegaram a embalar uma das latas com uma camisa da seleção brasileira de futebol.
As imagens foram divulgadas por meio de redes sociais e enviadas, entre outras pessoas, ao cartunista brasileiro Carlos Latuff – que se solidarizou com os manifestantes e afirma sentir-se constrangido de saber que o país fornece armamento para a repressão em outros países.
Segundo o jornalista Marco Web Jones, há relatos de pelo menos seis mortes por uso inadequado de gás de efeito moral contra manifestantes. O governo do Bahreinnega a hipótese. Há evidências que sugerem mau uso do armamento pelas forças de segurança. De fevereiro a julho, 40 morreram na repressão, segundo ativistas de defesa de direitos humanos. Por durar dez meses, desde a Primavera Árabe, os protestos são considerados os mais duradouros da região.
A Condor, cujo lema estampado em seu site é "Atire, e deixe viver", em nota, informa que fornece produtos para "35 países, inclusive países árabes", mas se recusa a apresentar o destino dos itens por "obrigações contratuais de confidencialidade". A empresa ainda lembra que "como é de conhecimento geral, tropas de pelo menos cinco países diferentes estão operando no Bahrein a pedido do governo desse país". As negociações da empresa são controladas pelo Ministério da Defesa e pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiros.
O uso desse tipo de equipamento não letal é controverso. Defensores de direitos humanos criticam até o nome aplicado, sugerindo que as armas são de "menor letalidade" ou "menos letais", já que há casos de mortes decorrentes de abusos ou imperícia. A Condor sustenta seguir as determinações da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Prevenção do Crime e Tratamento dos Delinquentes, e que seus produtos são projetados para "incapacitar temporariamente as pessoas". O efeito depende do uso "apenas e tão somente na forma indicada em seus manuais de instruções e fichas técnicas", afirma a companhia.
No início deste ano, em função de repetidos confrontos entre a polícia brasileira e manifestantes, organizações passaram a criticar o uso sem regras das armas menos letais. As secretarias de segurança estaduais não fornecem instruções adequadas nem parâmetros sobre as condições em que armas com munição de borracha e de choques elétricos e bombas de gás lacrimogêneo podem ser usadas. A mesma Condor é fornecedora de corporações como a Polícia Militar de São Paulo.
Segundo o jornalista Marco Web Jones, há relatos de pelo menos seis mortes por uso inadequado de gás de efeito moral contra manifestantes. O governo do Bahreinnega a hipótese. Há evidências que sugerem mau uso do armamento pelas forças de segurança. De fevereiro a julho, 40 morreram na repressão, segundo ativistas de defesa de direitos humanos. Por durar dez meses, desde a Primavera Árabe, os protestos são considerados os mais duradouros da região.
A Condor, cujo lema estampado em seu site é "Atire, e deixe viver", em nota, informa que fornece produtos para "35 países, inclusive países árabes", mas se recusa a apresentar o destino dos itens por "obrigações contratuais de confidencialidade". A empresa ainda lembra que "como é de conhecimento geral, tropas de pelo menos cinco países diferentes estão operando no Bahrein a pedido do governo desse país". As negociações da empresa são controladas pelo Ministério da Defesa e pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiros.
O uso desse tipo de equipamento não letal é controverso. Defensores de direitos humanos criticam até o nome aplicado, sugerindo que as armas são de "menor letalidade" ou "menos letais", já que há casos de mortes decorrentes de abusos ou imperícia. A Condor sustenta seguir as determinações da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Prevenção do Crime e Tratamento dos Delinquentes, e que seus produtos são projetados para "incapacitar temporariamente as pessoas". O efeito depende do uso "apenas e tão somente na forma indicada em seus manuais de instruções e fichas técnicas", afirma a companhia.
No início deste ano, em função de repetidos confrontos entre a polícia brasileira e manifestantes, organizações passaram a criticar o uso sem regras das armas menos letais. As secretarias de segurança estaduais não fornecem instruções adequadas nem parâmetros sobre as condições em que armas com munição de borracha e de choques elétricos e bombas de gás lacrimogêneo podem ser usadas. A mesma Condor é fornecedora de corporações como a Polícia Militar de São Paulo.
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