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Jornalista, por conta de cassação como oficial de Marinha no golpe de 64, sou cria de Vila Isabel, onde vivi até os 23 anos de idade. A vida política partidária começa simultaneamente com a vida jornalística, em 1965. A jornalística, explicitamente. A política, na clandestinidade do PCB. Ex-deputado estadual, me filio ao PT, por onde alcanço mais dois mandatos, já como federal. Com a guinada ideológica imposta ao Partido pelo pragmatismo escolhido como caminho pelo governo Lula, saio e me incorporo aos que fundaram o Partido Socialismo e Liberdade, onde milito atualmente. Três filh@s - Thalia, Tainah e Leonardo - vivo com minha companheira Rosane desde 1988.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

QUANDO A VÍTIMA VIRA RÉU - 

FB 01/10/17
Moradores de rua, por conta de deficiência na iluminação pública, são apontados como ameaça à segurança de moradores de Ipanema e Leblon,em matéria com destaque no boletim oficial da direita mais reacionária do País.
É a mídia conservadora a serviço de sua classe social da qual se faz porta-voz. Os bairros mais valorizados na especulação imobiliária se sentem em perigo porque suas ruas estão com lâmpadas apagadas, o que resulta num afluxo de famílias morando sob marquises.
Não se cogita, evidentemente, de investigar o que ocorre simultaneamente nas partes menos abonadas da cidade. O que ocorre nas Zonas Norte e Oeste. Para não falar das favelas, onde a leitura é para transformar natural o direito de a polícia ali operar como não opera em nenhuma outra parte da cidade - invadindo casas e atirando de rajada, indiscriminadamente, para depois reconhecer que suas balas "perdidas" atingiram "lamentavelmente" inocentes que se postavam na linha de fogo no "combate a traficantes".

OS MAIS IGUAIS ESTÁO INCOMODADOS e pedem providências. Como? Reprimindo. Tirando das ruas essa gente preguiçosa que não se vexa de viver de esmolas ou da condição de flanelinha.
Como se estes desprovidos de qualquer condição de sobrevivência digna fossem os responsáveis e devessem ser punidos pela desigualdade social da qual são vítimas e não réus.
VOLTANDO A CUBA, me recordei da última viagem e das caminhadas tranquilas nas ruas de Havana que, mesmo desprovidas de iluminação fulgurante, não nos passam a menor sensação de segurança. Pelo contrário. E, engraçado...sem que se veja qualquer carro de "policiamento preventivo" no entorno.
Para não falar em Cuba, posso recorrer a Helsinqui, Oslo. Copenhagen, onde a não ser pelo frio, ninguém deixa de caminhar sozinho numa rua escura.
Por que? Elementar, incautos.
DESIGUALDADE SOCIAL acirrada, e não a falta de iluminação, é a herdeira fonte de violência em suspenso nos ares privilegiados da Zona Sul do Rio de Janeiro.
Desigualdade Social que não se resolve com repressão a suas vítimas, mas sim com a eliminação dos privilégios dos que pregam "limpeza urbana" contra seres humanos. Com um outro modelo de sociedade, onde o lucro, a renda fundiária e a especulação financeira não sejam paradigmas de sucesso.
Luta que Segue!!

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