Alemanha pressiona Grécia a abrir mão da sua democracia
WOFGANG MÜNCHAU
DO “Financial Times”
(Reproduzido pela FSP em 21/o2/12)
Quando o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, propôs
que a Grécia adiasse suas eleições como condição para receber nova
ajuda, chegamos ao ponto em que o sucesso não é mais compatível com a
democracia.
Shäuble quer prevenir uma escolha democrática "errada". Similar é a
sugestão de que as eleições aconteçam, mas uma grande coalizão permaneça
no poder, independentemente do resultado.
A zona do euro quer impor sua escolha de governo à Grécia, no que a transformaria em sua primeira colônia.
A origem da proposta é um dilema legítimo. Schäuble sabe que é arriscado
liberar fundos antes de uma eleição. O que impede que o novo governo
mude o acordo?
Não ajuda o fato da Grécia ter um histórico ruim de implementar políticas.
Mas, para superar a desconfiança, a zona do euro está procurando garantias inacreditavelmente extremas.
Uma coisa é os credores interferirem no gerenciamento de políticas de um
país beneficiário. Outra é dizer a ele para suspender eleições. Na
própria Alemanha, isso seria inconstitucional.
Falta de confiança é a razão pela qual o pacote grego foi adiado até o
último minuto possível e porque as últimas propostas contêm pedidos tão
perigosos, como a presença permanente dos credores e do FMI no país.
Logo, haverá mais austeridade e, em algum momento, alguém vai reagir.
A estratégia alemã parece ser tornar a vida na Grécia tão insuportável que os próprios gregos vão querer sair da zona do euro.
A chanceler alemã, Angela Merkel, certamente não quer ser vista com uma arma na mão.
É uma estratégia de suicídio assistido, uma tática extremamente perigosa.
Quem sou eu
- Milton Temer
- Jornalista, por conta de cassação como oficial de Marinha no golpe de 64, sou cria de Vila Isabel, onde vivi até os 23 anos de idade. A vida política partidária começa simultaneamente com a vida jornalística, em 1965. A jornalística, explicitamente. A política, na clandestinidade do PCB. Ex-deputado estadual, me filio ao PT, por onde alcanço mais dois mandatos, já como federal. Com a guinada ideológica imposta ao Partido pelo pragmatismo escolhido como caminho pelo governo Lula, saio e me incorporo aos que fundaram o Partido Socialismo e Liberdade, onde milito atualmente. Três filh@s - Thalia, Tainah e Leonardo - vivo com minha companheira Rosane desde 1988.
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