Quem sou eu
- Milton Temer
- Jornalista, por conta de cassação como oficial de Marinha no golpe de 64, sou cria de Vila Isabel, onde vivi até os 23 anos de idade. A vida política partidária começa simultaneamente com a vida jornalística, em 1965. A jornalística, explicitamente. A política, na clandestinidade do PCB. Ex-deputado estadual, me filio ao PT, por onde alcanço mais dois mandatos, já como federal. Com a guinada ideológica imposta ao Partido pelo pragmatismo escolhido como caminho pelo governo Lula, saio e me incorporo aos que fundaram o Partido Socialismo e Liberdade, onde milito atualmente. Três filh@s - Thalia, Tainah e Leonardo - vivo com minha companheira Rosane desde 1988.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Destruindo a Siria
É muito triste ver a Síria mergulhada numa guerra civil.
A imprensa ocidental e árabe liberal, está, como de praxe, manipulando números e informações. Mas o regime de al-Assad, na verdade, da nomenklatura do Ba'ath, é verdadeiramente repressor.
Mas, não resta dúvida de que há uma guerra civil aberta. O pior é que as duas partes não cedem em milímetro para o diálogo, possibilitando a marcha pacífica para um regime aberto.
O presidente Bassar al-Assad lidera uma ditadura, mas não é o verdadeiro chefe do governo, pois precisa do apoio da nomenklatura e das burguesias de Damascoi e Alepo. Al-Assad é visto pela nomenklatura do Ba'ath, por incrível que pareça, como um líder fraco e vacilante. Se dependesse deste grupo, o Massacre de Hama de 1982 seria o café da manhã.
Bassar al-Assad paga pelos erros, crimes e omissões. Paga pela liberalizaçãoi da economia que não resolveu os problemas econômicos do país e ainda aumentou a corrupção. Paga por não ter feito uma abertura política verdadeira quando teve oportunidade no início do mandato. Paga por jamais ter respondido aos ataques israelenses à Síria. Foram 4 nos últimos 10 anos: 2003, 2006, 2007 e em 2011. Paga por jamais ter condenado mundialmente a ocupação militar israelense das Colinas do Golá. Paga pelo seu pai ter ajudado a isolar o Iraque nas guerras dos anos 1980 e 1990. Paga pelo seu pai ter permitido milícias libaneses massacrarem muçulmanos sunitas e palestinos no Líbano, durante a guerra civil libanesa (1975-90). Paga pelo seu pai ter perseguido cruel e implacavelmente os palestinos nas guerras libanesas (1975-90).
Mas, o pior de tudo é a paz que sustenta com Israel. Uma paz fria, tácita e tática, que não ousa dizer o nome, mas que agora cobra o alto preço em cadáveres. Como dizia Arafat, Assad é um leão com os libaneses e palestinos e um rato com Israel. Agora, o regime de Assad pode até sobreviver com esta guerra civil, mas perderá a cada dia e a cada cadáver a legitimidade que a invasão israelense do Líbano em 2006 parecia lhe conferir. Os supostos 200 mortos no último ataque a Homs não passam de uma manipulação da mídia ocidental e árabe liberal e os grupos armados são verdadeiramente terroristas.
Mas o regime de Assad faria um favor a todos se iniciasse o quanto antes o diálogo com a oposição autêntica (composta por nacionalistas, comunistas e socialistas) para uma transição de poder para suspender esta guerra cujo objetivo é a destruição da Síria.
A situação se torna grave quando se sabe que Arábia Saudita, Catar, Turquia, França, Jordânia, Líbano e, claro, Israel e EUA não querem uma solução pacífica para a guerra civil na Síria. Pelo contrário, bancam uma guerrilha sectária e ultra-direitista. Se o Brasil fosse menos racista, poderia ser mais ativo na região e, portanto, um interlocutor mais respeitado por todos na solução da guerra civil síria. Enquanto isto, seremos obrigados a assistir diariamente o dilaceramento da Síria e as graves consequencias desta mais uma catástrofe no Oriente Médio.
Ramez Philippe Maalouf
Mestre em Geografia Humana - USP / Especialista em História das Relações Internacionais - UERJ
GeoPo - Laboratório de Geografia Política: (0xx11) 3091 - 1134 / (0xx11) 9669 - 8416
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