O monopólio dominante na mídia impressa do Rio de Janeiro está chegando a limites execráveis.
Com um enviado especial a Havana, e outro a Miami - junto à mafiosa comunidade de renegados cubanos que vivem em condições privilegiadas nos Estados Unidos -, o Globo se torna cada dia mais repulsivo em sua cobertura internacional.
Uma página inteira é dedicada ao depoimento de uma advogada, que não consegue superar as dificuldades burocráticas para sair do país. Está lá, vestidinha, arrumadinha, sem ninguém a proibir de se expressar, sem no entanto despertar a mais mínima curiosidade, exigida, do repórter sobre suas fontes de renda numa economia que só agora deixa de ser totalmente estatal.
Em Miami, a repórter dá ouvidos a alguém que denuncia "agressões violentas" a manifestações de mulheres que protestam nas ruas contra o regime. Isso mesmo, aquelas poucas senhoras de "branco" que desfilam livremente para fotos de agências internacionais, e que se sofrem hostilidades são hostilidades verbais de transeuntes comuns e correntes que não lhes prestam solidariedade. Nenhuma preocupação jornalística da repórter em tentar entrevistar o criminoso terrorista Posadas Carrilllo, responsável comprovado pela explosão de um avião da Cubanas de Aviacion, e que conspira e promove sabotagens na Ilha sob cobertura do governo americano, a partir de Miami.
Por um mínimo de pudor, o Globo deveria explicar por que nunca exigiu que seus "enviados especiais" tentassem visitar a base de Guantánamo. Afinal, se a preocupação é exigir que Dilma cuide desse varejo da classe média cubana, financiada pela embaixada americana local, como não tentar investigar o endereço onde comprovadamente, com cobertura legal, militares americanos utilizam a tortura como método de investigação?
Por um mínimo de pudor, o Globo deveria explicar por que nunca pergunta à blogueira, só conhecida e valoriszada fora de Cuba, de onde vêm os recursos que lhe permitem viver em condições materiais bem superiores aos cubanos que não se vendem, e se mantêem fiéis à Revolução.
Pelo menos assim, o jornal que distorce e ideologiza informação, daria alguma legitimidade à sua incessante campanha ideológica contra Cuba.
Segue o lixo de jornalismo do Globo:
Cubanos reforçam apelo por intervenção de Dilma
Moradores querem que direitos humanos entrem em pauta na visita da presidente
HAVANA - A advogada Barbara Estrabao tem no passaporte um visto dos Estados Unidos. Em Cuba, a página com o símbolo americano e a permissão para entrar no país dos sonhos da maioria dos cubanos equivale a um troféu. Ela o obteve em 26 de agosto de 2011 e, teoricamente, poderia ir a Miami visitar sua família — mãe, duas irmãs e cinco sobrinhos. Mas, o documento tem apenas seis meses de validade. O prazo se encerra no mês que vem. E não há nenhuma esperança de que Barbara consiga viajar para estar com seus parentes por um período.
Mesmo se tivesse meios econômicos, a burocracia foi quase intransponível: mais de dois anos de espera para obter o sonhado visto. A papelada incluiu uma carta assegurando que Barbara não trabalha para o governo cubano — coisa rara na ilha — agendamento de entrevista, carta dos parentes convidando-a a visitá-los, informações sobre quem pagaria pela passagem e estadia. Além disso, teve de pagar 150 pesos conversíveis, cerca de US$ 180, o que é muito para uma população cujo salário médio é de apenas US$ 20 por mês. Outros US$ 200 foram para o governo processar seu pedido de viagem. O sim das autoridades cubanas é a parte mais difícil de todo o processo, sobretudo para ela, uma opositora ao regime.
Professores e médicos sem saída
As irmãs de Barbara deixaram Cuba há dez anos. A mãe foi para Miami há quatro. Elas vivem na cidade de Hialeah, no condado de Miami. O local escolhido não foi por acaso. Com cerca de 225 mil habitantes, Hialeah é onde vive a segunda maior percentagem de cubanos nos Estados Unidos. Desde que abandonaram a ilha, somente a mãe de Barbara voltou para ver a filha, em 2010. Mas, conta ela, sentiu-se como uma prisioneira no próprio país. Sentimento igual ao da filha.
— Não quero ir embora definitivamente. Aqui é o meu país. Mas quero ter o direito de sair para visitar minha família e poder voltar tranquilamente — afirmou.
Se a situação dela é complicada, pior ainda para médicos e professores. Considerados imprescindíveis para o governo, eles têm pouca chance de obter autorização para viajar. Só conseguem partir para países amigos dos Castro, como Venezuela, Nicarágua e Bolívia. E são controlados de perto. Para os EUA, é praticamente impossível obter a autorização.
Barbara lembra de um caso famoso: o filho de Ilda Molina, um médico, foi para a Argentina e de lá não regressou. Resultado: a mãe esteve presa por dez anos. Só foi solta graças à intervenção da presidente Cristina Kirchner. Agora, Ilda vive na Argentina, com o filho.
É uma intervenção dessa que Barbara espera da presidente Dilma Rousseff:
— Não é uma questão política, mas um problema de família. É muito triste você não poder sair do país para visitar sua família. A presidente Dilma poderia falar com o presidente Raúl Castro para amenizar a situação — disse ela.
O fato é que o direito de ir e vir, na ilha, é um tabu criado pelo governo, que não sabe o que fazer — nem como fazer. Na década de 80, com a abertura do Porto de Mariel, mais de 125 mil cubanos deixaram a ilha.
Nos anos 90, com o colapso da União Soviética e a consequente piora nas condições de vidas dos cubanos, uma nova leva tentou deixar o país. Televisões do mundo inteiro não se cansavam de mostrar milhares lançando-se ao mar em botes improvisados, câmaras de pneus de caminhões e o que mais pudesse flutuar, numa tentativa desesperada de pisar em solo americano. Muitos cubanos morreram no mar.
Barbara não pensa em atirar-se nas águas do Caribe para visitar a família. Ela nem pensa em deixar de vez a ilha. Mas não se conforma em não ter o direito básico de ir e vir.
— Quando você deixou o Brasil, por acaso precisou informar às autoridades de seu país para onde iria? — perguntou ela ao repórter, sabendo que a resposta seria um “não”. — Pois aqui, controlam cada passo que alguém vai dar. É muito triste não poder ter o direito de circular livremente.
A presidente Dilma Rousseff chega nesta segunda-feira, no fim da tarde. Na terça, ela deverá assinar acordos nas áreas de saúde e agricultura. Direitos humanos, publicamente, não fazem parte da pauta.
Brasil e Cuba discutem a possibilidade de uma ligação aérea direta entre os dois países. Atualmente, os brasileiros que querem visitar a ilha fazem uma conexão no Panamá. Dilma também irá visitar as obras do Porto de Mariel, financiadas pelo BNDES.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/cubanos-reforcam-apelo-por-intervencao-de-dilma-3791577#ixzz1kvvcUr6k
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Milton...
ResponderExcluirEu sou brasileiro, me formei em medicina em Cuba, onde viv quase uma década. E sempre quando leio este tipo de noticias nos "JORNALÕES" me assusto!
Valeu pela sua luta digna e coragem de toda vida!
O globo é isso mesmo, um lixo. Falar mais o quê?.. Continuo torcendo pra que Cuba resista a toda essa putaria...
ResponderExcluirAbraços