Quem sou eu

Minha foto
Jornalista, por conta de cassação como oficial de Marinha no golpe de 64, sou cria de Vila Isabel, onde vivi até os 23 anos de idade. A vida política partidária começa simultaneamente com a vida jornalística, em 1965. A jornalística, explicitamente. A política, na clandestinidade do PCB. Ex-deputado estadual, me filio ao PT, por onde alcanço mais dois mandatos, já como federal. Com a guinada ideológica imposta ao Partido pelo pragmatismo escolhido como caminho pelo governo Lula, saio e me incorporo aos que fundaram o Partido Socialismo e Liberdade, onde milito atualmente. Três filh@s - Thalia, Tainah e Leonardo - vivo com minha companheira Rosane desde 1988.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

"Mensalão";entre a direita hipócrita e os "fiéis" incondicionais


Não tenho opinado sobre o dito processo do mensalão. Primeiro, por respeito ao Supremo a quem cabe decidir de acordo com os autos. Mas, principalmente, pela forma desavergonhada com que a mídia mais reacionária, enriquecida ao longo de décadas no apoio à ditadura e a todos os privilégios que a privatização do Estado forneceu aos segmentos do grande capital, mergulhou no tema tentando transformar a opinião publicada em opinião pública. Não marcho com a direita reacionária, e hipócrita, de forma alguma.
Mas isto não me impede de refutar a forma destrambelhada como os neoPTcostais entram no debate, negando tudo o que reconhecidamente ocorreu. Sem separar o joio do trigo. Como se tudo fosse uma armação. Não é bem assim.
Ou vamos esquecer das desculpas públicas pedidas por Lula, não hesitando em responsabilizar alguns dos seus mais próximos quando a coisa estava quente e era incontestável? Ou vamos esquecer do movimento de refundação do PT, lançado por alguns dos seus mais importantes quadros nacionais - dois são hoje governadores de Estado -, por conta das mazelas produzidas pelos seus pares em postos de comando no Partido, e em cargos decisivos no Planalto?

Mais ainda. Vamos esquecer que o primeiro ato de denúncia pública contra a cúpula petista foi admitida por José Dirceu de Oliveira e Silva, quando instalou, na condição de secretário-geral, uma Comissão de Ética para investigar as denúncias de relações, pelo mínimo,  complexas que o grupo mais próximo de Lula, o então presidente de honra do Partido, com prefeituras do PT?
Devagar com o andor, portanto. Não cabe à esquerda reprozur os métodos desonestos e desprezíveis da direita, tentando desqualificar o STF. A maioria dos ministros, hoje nomeada por Lula e Dilma, não foram indicados para defenderem incondicionalmente os interesses dos que os indicaram. Mas im para exercer com autonomia o seu papel de magistrado, como deve ser esperado de um Poder autônomo num regime pretensamente democrático. Não vale, por isso, invocar os métodos raivosos e preconceituosos, característicos da ação rotineira da direita reacionária, para utiliza-los no combate a essa direita. Corremos o risco da desqualificação

Um comentário:

  1. Dói cortar na carne!
    Porém, se quisermos superar a lógica de uma civilização sem escrúpulos e absconsa na mentira deletéria, há que se fazer a mea culpa como exemplo de que uma outra sociedade e valores é possível!
    Parabéns Milton por sua afinada reflexão. E a luta segue até alcançarmos a utopia da fraternidade universdal.

    ResponderExcluir