Por pouco Lula não tinha liquidado a fatura eleitoral no primeiro turno, ocorrido dia 7 de outubro de 2002.
Lula estava na frente em todas as pesquisas, mas a direção petista movia-se com sofreguidão para cobrir qualquer vulnerabilidade ou risco.
Mesmo com a Carta ao Povo Brasileiro, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) continuava a tentar o emparedamento do PT e seu candidato, tratando de carimba-los, ainda que subliminarmente, como irresponsáveis e aventureiros em matéria econômica.
Os banqueiros exigiam que Lula aceitasse um superavit primário de 5%, sem o qual - afirmavam - o Brasil voltaria ao caos fiscal e inflacionário.
Na presença de outros dirigentes partidários, Dirceu orienta Antonio Palocci a procurar a Febraban.
- Diga a eles que não há acordo com o que propõem. Lula dará uma declaração de que faremos o máximo superávit primário possível, mas sem comprometer a recuperação do crescimento, o investimento público e as políticas para distribuição de renda. Se quiserem diálogo conosco depois das eleições, que digam publicamente estarem satisfeitos com essa fórmula.
Algumas horas depois, o futuro ministro da Fazenda voltaria de sua reunião com os bancos.
Para surpresa de todos os que estavam na sala, Palocci confessa estar convencido que os banqueiros tinham razão e defende que o PT aceite os 5% de superávit primário.
Irritado, Dirceu reage rispidamente:
- Voce saiu para negociar e volta negociado? Foi representar o partido na conversa com os caras ou fala em nome dos bancos aqui dentro?
Palocci fica ofendido e se levanta da mesa, mas continuaria a defender o ponto de vista da Febraban, ainda que sem sucesso.
Mesmo assim, seria o chefe da economia do governo Lula.
O que nenhum dirigente pode afirmar, no entanto, é desconhecimento do caminho que estava trilhando o homem que hoje trai o PT e se coloca a serviço das mentiras forjadas pela Operação Lava Jato.
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