Quem sou eu

Minha foto
Jornalista, por conta de cassação como oficial de Marinha no golpe de 64, sou cria de Vila Isabel, onde vivi até os 23 anos de idade. A vida política partidária começa simultaneamente com a vida jornalística, em 1965. A jornalística, explicitamente. A política, na clandestinidade do PCB. Ex-deputado estadual, me filio ao PT, por onde alcanço mais dois mandatos, já como federal. Com a guinada ideológica imposta ao Partido pelo pragmatismo escolhido como caminho pelo governo Lula, saio e me incorporo aos que fundaram o Partido Socialismo e Liberdade, onde milito atualmente. Três filh@s - Thalia, Tainah e Leonardo - vivo com minha companheira Rosane desde 1988.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Espanha, apenas um elo na cadeia "globalizada" do neoliberalismo

Dossiê sobre a crise espanhola mostra que "globalização" é o título correto para a fase atual do capitalismo predador. Não pelas suas decantadas 'interdependências" que terminam por trágica e vil submissão de governos periféricos aos ditames dos tenores que defendem os interesses do grande capital nas principais potências ocidentais. Mas pela semelhança planetária das causas e sequelas provocadas pela financeirização, desregulamentação e privatização da economia como um todo. Tudo à custa do massacre dos direitos sociais das classes assalariadas, e na garantia dos privilégios supranacionais dos respeitáveis especuladores do chamado "livre mercado".

O que segue abaixo, como títulos de matérias num dossiê sobre a crise da Espanha, se ajustam à Grécia e, principalmente, ao Brasil com sua atual dívida pública, nunca auditada nos seus anunciados R$ 2 trilhões, mas geradora de uma mordida em quase 50% do Orçamento anual, com vistas a atender os juros dos portadores dos títulos emitidos pelo governo



Crise e austeridade em Espanha

Com a convocatória de uma greve geral para o próximo dia 29, a classe trabalhadora do Estado espanhol reage às medidas de austeridade adotadas num país já devastado pela recessão e pelo desemprego recorde. Diante dessa situação, o governo conservador de Mariano Rajoy não encontrou nada de melhor para fazer do que liberalizar os despedimentos. Mas quais foram as origens e as razões desta crise? Dossier coordenado por Luis Leiria.
A tendência nos últimos anos não foi aumentar o investimento produtivo, mas sim incrementar o investimento financeiro especulativo. Foto de Gaiux
Começamos com uma cronologia das principais datas que marcaram o evoluir da crise. Em seguida, no artigo Falácias sobre salários e competitividade em Espanha, Vicenç Navarro sustenta que é errado dizer que a redução dos salários é uma medida para sair da crise, pois a realidade mostra o contrário. A professora Miren Etxezarreta critica a visão que diz que o Estado Espanhol sofre uma crise crónica de endividamento da qual só se sairá com austeridade e enfatiza que “O problema não é da sociedade, mas dos bancos.” Por sua vez, Yves Julien eJérome Duval questionam: Quantas vezes teremos de pagar uma dívida que não é nossa? e Yves Julien mostra detalhadamente como os mercados controlam o orçamento do Estado. Descrevemos depois as principais medidas da Reforma laboral que põe em prática “despedimento livre e gratuito", e Juan Torres López mostra como as mulheres suportam a parte pior dos cortes de Rajoy. Carlos Huerga explica O que são as Plataformas de Afetados pela Hipoteca? E Aurelio Jimenez pergunta-se: Porque não explode o país com 5.273.600 desempregados?

Dossier

Do estouro da bolha imobiliária às medidas de austeridade e as mudanças das leis laborais, eis algumas das datas mais importantes entre 2007 e 2012.
É errado dizer que a redução dos salários é uma medida para sair da crise. A realidade mostra o contrário: baixar os salários piora, em vez de melhorar, a produtividade. Rajoy e o seu governo querem transformar a Espanha num país do terceiro mundo, com uma enorme polarização dos rendimentos.
O cidadão atento aos média poderia concluir que o Estado Espanhol sofre uma crise crónica de endividamento da qual só se sairia com austeridade e terapias de choque. A professora Miren Etxezarreta critica esta visão e enfatiza que o problema da dívida espanhola “não é dos cidadãos, mas fundamentalmente dos bancos”.
Se somarmos os juros e capital pagos ultimamente verificamos que, entre 2000 e 2010, o Estado reembolsou três vezes mais do que devia em 2000, e continua a dever quase o dobro. Por Yves Julien, Jérome Duval
O endividamento do Estado espanhol estaria à volta de 70% do seu PIB em finais de 2011. Muito abaixo dos níveis alcançados pela Alemanha, a França, a Bélgica ou a Grã-Bretanha. Mas a especulação contra a dívida destes países é muito menor. Por Yves Julien
Com as medidas de “liberalização do mercado de trabalho” impostas pelo governo do PP, as empresas espanholas já podem despedir trabalhadores sem autorização governamental pagando 20 dias por cada ano trabalhado com o máximo de uma anuidade. “Despedimento livre e gratuito”, acusam os sindicatos.
Os custos gerados pela crise se repartem de uma forma muito desigual entre a população e de que prejudicam particularmente as mulheres. Por Juan Torres López
A bolha imobiliária da década passada criou um endividamento insustentável em Espanha. Com a chegada da crise e o disparar do desemprego, centenas de milhares de famílias foram despejadas. As Plataformas de Afetados pela Hipoteca têm conseguido impedir despejos e agora apostam numa Iniciativa Legislativa Popular para que as famílias possam libertar-se da dívida devolvendo a casa ao banco. Por Carlos Huerga.

As duas principais centrais sindicais espanholas, Confederação Sindical das Comissões Operárias (CC OO) e União Geral dos Trabalhadores (UGT), anunciaram no dia 9 o agendamento de uma Greve Geral para o próximo dia 29 de março. Os sindicatos da Galiza, País Basco e Navarra já tinham convocado uma paralisação geral para esta mesma data.
Muitas pessoas perguntam como é que é possível que a estrutura básica do país se mantenha de pé com 5.273.600 desempregados. Artigo de Aurelio Jimenez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário