A fórmula dos debates tem que priorizar o confronto entre os candidatos. Introduzindo os blocos de perguntas, mergulhamos num pântano de afirmações vazias por parte dos herdeiros de maia e garotinho, capazes de dizer qualquer coisa se liberados nas respostas a perguntas óbvias, por genéricas, e sem contrapontos capazes de denunciar a contradição entre o discurso e a prática de cada um. Retrocedemo
s muito em relação ao que ocorria nas primeiras eleições pós-ditadura. No debate franco entre os candidatos, as identidades são explicitadas; ninguém pode tangenciar temas. O exemplo neste de hoje comprova isso, quando lembramos o duelo Marcelo Freixo x alcaide atual, onde Freixo pode denunciar o "silêncio do prefeito" em relação ao metro. Mas podemos relembrar 82, com Brizola saindo dos 3% atropelou Sandra e Miro Teixeira (50 e 28%, respectivamente, no início dos trabalhos). Impôs-se pela capacidade de contra-argumentar, desmitificando, ironicamente, as promessas de cada um dos adversários. Freixo começou fazendo isso, hoje, mas o rumo tomado pelo programa esfriou a disputa, o que vai no interesse de quem quer manter o status quo.
Impressionante ver os candidatos surgidos de Maia falarem como se não tivessem responsabilidade nas mazelas. Debate autêntico só há no confronto entre Marcelo Freixo e alcaide. Entre os demais, fica a salvação na resposta vazia a perguntas óbvias na previsibilidade dos temas que são sempre respondíveis porque o microfone aceita qualquer bobagem ou mentira
O que mais me irrita é ver e ouvir o alcaide dizer que "essa cidade ainda precisa de muito". Ora, o que fez nos quatro anos de mandato? Remoção de comunidades para atender especulação imobiliária? Permitir que a linha 4 do metro fosse apenas uma extensão da atual linha 1, tornando impossível a vida de quem depender o transporte no meio do trajeto? Fácil concluir que 2º turno se torna uma necessidade para que a cidade possa se defender, preventivamente, de mazelas anunciadas na preparação dos megaeventos. O que resultou dos Jogos Panamericanos pode virar varejo diante do atacado de elefantes brancos já anunciados, para atender o interesse de empreiteiros e especuladores imobiliários
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