Quem sou eu

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Jornalista, por conta de cassação como oficial de Marinha no golpe de 64, sou cria de Vila Isabel, onde vivi até os 23 anos de idade. A vida política partidária começa simultaneamente com a vida jornalística, em 1965. A jornalística, explicitamente. A política, na clandestinidade do PCB. Ex-deputado estadual, me filio ao PT, por onde alcanço mais dois mandatos, já como federal. Com a guinada ideológica imposta ao Partido pelo pragmatismo escolhido como caminho pelo governo Lula, saio e me incorporo aos que fundaram o Partido Socialismo e Liberdade, onde milito atualmente. Três filh@s - Thalia, Tainah e Leonardo - vivo com minha companheira Rosane desde 1988.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

 Num 26 de julho de 230 anos atrás, MAXIMILIEN DE ROBESPIERRE, o líder da fase proletária em que os Jacobinos hegemonizavam o poder na Revolução Francesa, era assassinado. Foi guilhotinado na sequência de um golpe promovido por girondinos, nostálgicos da monomaquia absolutista multissecular que havia sido extirpada pela República proclamada em 1792. Golpe que viria a consolidar o poder da burguesia sobre as camadas populares com as quais essa burguesia assentes já no período anterior, se aliara para dar fim ao absolutismo monárquico e proclamar a República. Revolução que então traia, impondo retrocesso legislativo brutal, com o desmonte das conquistas sociais estabelecidas na Constituição de 1793. Como primeiro ato desse retrocesso, uma nova Constituição marcada pelo fim do sufrágio universal direto, e restabelecimento do voto censitário.


RELEMBRAR ROBESPIERRE é fundamental nos tempos atuais, até por conta do ódio insuperável contra ele nutrido pelas classes dominantes da França e da Europa. Em Paris, onde o corrupto Danton é lembrado em praças centrais, nem as prefeituras socialistas admitiram aprovar projetos em que se dava nome de alguma rua a Robespierre. Somente nas prefeituras comunistas, ele recebe tal homenagem. E por que tanto ódio a esse desconhecido e pouco carismático advogado de Arrais, eleito para os Estados Gerais convocado por Luis XVI, na bancada do Terceiro Estado - que se opunha ao da nobreza e ao do clero ? Não é difícil compreender quando se faz balanço histórico do ódio e do desprezo dos segmentos privilegiados contra os despossuídos de qualquer sociedade.

ROBESPIERRE se afirmou rapidamente já mal chegado ao primeiro mandato, defendendo o sufrágio universal direto, a instrução gratuita obrigatória, e o imposto progressivo, em tempos onde nunca se havia falada em luta de classes. Em que Revoluções anteriores, nos Estados Unidos e na Inglaterra, mantinham sufrágio censitário controlado pelas classes dominantes, que tornavam inacessível aos de baixo chegar às casas legislativas.

PIONEIRO na luta pela abolição da pena de morte nas sanções judiciárias, é demonizado pelas classes dominantes também por conta da forma incisiva com que não hesitou em a ela recorrer no combate aos traidores da Revolução que se aliavam aos monarcas vizinhos na tentativa de impedir os avanços que a Revolução propiciava às camadas populares. O chamado período do Terror não nasce por conta de repressão dos de cima contra o povo trabalhador, ou dos resistentes aos regimes coloniais empregada pela burguesia quando vê seus privilégios ameaçados de forma contundente pelas demandas populares.

O TERROR na Revolução Francesa nasce contra os então poderosos que traiam o processo, e contra os quais a massa, em atos espontâneos, já vinha se manifestando de forma violenta. Foi um instrumento necessário na ordenação do período de transição entre o absolutismo e uma verdadeira República. Período em que a defesa dos novos valores impunha o confronto violento como alternativa à contra-revolução que nunca deixou de existir. De 1789 a 1792, quando a República é proclamada, e se completa o tríade famosa da Liberdade e Igualdade com o conceito de Fraternidade, viveu-se apenas uma monarquia constitucional. Onde os saudosistas do absolutistas transitando sem óbices. Com o Rei tendo poderes de veto, embora tivesse perdido a iniciativa autoritária anterior.

A CONDENAÇÃO À MORTE de Luis XVI, após a tentativa de fuga para se juntar aos monarcas estrangeiros, e obstada em Varennes, foi votada na Convenção e aprovada por maioria apertada. Mas, vale repetir, aprovada por voto e não decretada por um poder despótico. Decisiva foi, então, a intervenção de Robespierre onde ele declarava, diante dos que propunham julgamento pela Convenção transformada em tribunal, que o Rei já havia sido julgado quando da proclamação da República. Que os convencionais não poderiam se transformar em jurados em algo que, admitindo absolvição a despeito de todas as provas de traição à França e de cumplicidade de Luis Capeto com monarquias européias no sentido de restabelecer o absolutismo, resultaria na condenação da própria República. Robespierre conquistou aí os votos de boa parte dos moderados girondinos, isolando os nostálgicos da monarquia extinta.

É A PARTIR do "período do Terror" que a Revolução consegue barrar a sequência de derrotas do exército francês diante de tropas prussianas invasoras, repelindo-as e impondo--lhes vitória. Porque até então, antes da instalação do Comitê de Salvação Pública , boa parte da Convenção se entregava à idéia derrotista de acordo de rendição com os invasores. Foram os radicais, que assumiam aí rédeas do Estado, após expurgo dos girondinos que impuseram a virada salvífica contra os invasores e seus apoiadores internos.

POR QUE, então, um ano depois a Convenção se volta contra Robespierre? São vários os motivos cogitáveis. O rompimento com Hebert, líder dos "sais-coulottes"e sua condenação; o rompimento com corrupto Danton - que se acertava com a burguesia, inclusive com vantagens materiais - também entra nessa contagem. O bizarro nesse cenário, é que Robespierre teve que ser convencido pela maioria radical do Comitê que assumiu posição pelas condenações antes dele.

DE QUALQUER FORMA, é inevitável considerar Robespierre, líder dos Jacobinos, como Revolucionário exemplar. Que tinha clareza de encabeçar um processo onde não havia referências teóricas anteriores, e nem organicidade partidária ou sindical das classes trabalhadoras. Onde não havia sequer um proletiado expressivo, visto que a Revolução Industrial já em pleno vapor na Inglaterra, era incipiente na França. Não há como considerar suas decisões corajosas como determinantes nas formulações e decisões de Lenin e da cúpula dos Bolcheviques, mais de um século depois. Ou vamos esquecer que Lenin era também definido como Jacobino para além de Marxista?

TODAS AS HONRAS a Robespierre, portanto, e Luta que Segue, com seus exemplos

 KAMALA OU BIDEN??. "È preciso mudar tudo para tudo ficar como está", de Lampedusa, ou "Seis por Meia-dúzia", no nosso dito popular. Tem para todo gosto nessa pantomima que se revela na próxima eleição presidencial dos Estados Unidos, a partir da defenestração de Biden, por deficiência cognitiva escancarada.

"DEMOCRATAS" ou "REPUBLICANOS", nunca tais conceirtos deixaram de significar qualquer coisa com o que pretendem representar. Presidente dos States é, antes de qualquer coisa, por métodos e retóricas diferentes, ,mas na mesma mediocridade, simples operadores do que é decidido entre os capos do complexo industrial bélico, ou os capos do sionismo.
DAÍ, A CONSTATAR a bobajada inimaginável, totalmente despolitizada do que foi dito pelos candidatos nos debates, como inevitável.. Foi assim com Biden. será assim com Kamara.
O resto é o resto...
Pode ser uma imagem de 2 pessoas, o Salão Oval e texto

quinta-feira, 28 de março de 2019

OMISSÃO INDESCULPÁVEL - Porque é lamentável constatar que a quase totalidade dos generais, ora tratando o governo Lula como abjeto, só chegou à patente atual por conta de comissões no exterior, com soldos em dólares, e na esteira de uma total falta de política democratizante das FFAA determinadas pelo mesmo governo Lula.
E DIGO ISSO com base no que vivi, como deputado federal, em fins do mandarinato FHC, na convivência com militares que faziam assessoria política de suas Forças na Câmara dos Deputados. 
A ANTIPATIA pelo neoliberalismo do governo, que era focado no corte de investimentos , e que considerava desnecessária uma Força Armada soberana em função do papel hegemônico dos Estados Unidos na "defesa" do continente, era evidente.
O GOVERNO LULA parece ter conseguido reverter isso, a ponto de voltarmos ao clima de apologia de 64.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

VILA ISABEL INSULTADA 

(06/10/17) - telejornal da Rede Esgoto mostra matéria com o Exército ocupando, com tiroteio e vítimas atingidas dentro de casa,
PARA MIM, CHOCANTE. Não só pelo absurdo da rotinização das FFAA ocupando entradas de favelas, para correr atrás do varejo do tráfico, enquanto os atacadistas continuam em seu conforto de escritórios e apartamentos de vidros escuros.
MORRO DO MACACO, com a subida pela Petrocochino, em Vila Isabel, era a rota de passeio de meu pai e minha irmã depois de alguns almoços de domingo. Ali moravam alguns dos meus mais íntimos amigos de peladas - no início - e paqueras na vizinhança - mais tarde, na esquina da Barão de São Francisco e a Praça Sete. 
O MEDIOCRE JUNGMAN, com sua voz impostada e sua feição cínica, é quem fala hoje a propósito da realidade atual dos Macacos. 
CERTAMENTE nunca ouviram o samba maravilhoso de Lecy Brandão, exaltando um dono de bar, líder da comunidade, no morro do Pau da Bandeira.
NÃO MERECEM = Jungman e Torquato ministro da (in) ser tratados como brasileiro. Não merecem, sobretudo, pisar o solo da Vila Isabel mais tradicional, para lá colocar as FFAA atirando sobre o povo pobre do morro
BATTISTI, SEM JUIZO NO MÉRITO

FB 061017) - Não tenho nada a ver com os rumos tomados pela organização política de Battisit nos anos 70, nem com sua visão de guerrilha urbana. Mas não hesito em considerar absurda essa decisão de prende-lo na fronteira da Bolívia, fazendo alarde de que portava US$ 5 mil e € 2 mil na carteira no momento em que tentava atravessar, em taxi, a fronteira. E mais; ameaçando-o com deportação.
QUE INSTRUENTO LEGAL o impedia de fazer isso? Queiram ou não os trogloditas que hoje conduzem a diplomacia do governo golpista, a situação de Battisti no Brasil é completamente legal, O que lhe dá direito, sim, de passar à Bolívia caso não haja recusa daquele País em aceitá-lo.
ABSURDA, portanto a perseguição da direita a Barristi, através da decisão bizarra desse juiz curtindo uma decisão "performática".
COXINHA, no Galeão ou em Congonhas, na suas escapadas a Miami para nutrir seus contrabandos domésticos, se investigados nas carteiras estarão conduzindo muito mais do que as divisas que ora Battiisti.
TEMPOS TRÁGICOS. INQUISITORIAIS

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

BANDALHEIRA ANUNCIADA
(05/09/17)  - Quando a esquerda combativa foi para as ruas, se colocando contra o senso comum que apoiava o movimento de cúpulas municipal, estadual e federal para trazer Jogos Olímpicos e Copa do Mundo para o Rio, rádios e TVs, particularmente as da Rede Esgoto, esbravearam.
Sectários inconsequentes foi o mínimo que se ouviu, quando não vândalos, para denunciar as manifestações de massa contra o que realmente se projetava.
A resistência combativa foi derrotada. Uma multidão festejou a frente de telões os braços dados e troca de afetos entre Nuzman, Cabral, Paes e Lula.
O TEMPO PASSA, e o que mobilizava aquela brava juventude se comprova com as investigações que levam à prisão Carlos Artur Nuzman e seus acólitos. Estão aí as investigações comprovando tudo o que então se anunciava. 
OS EVENTOS FORAM APENAS INSTRUMENTO PARA BENEFICIAR, COM PROPINA NO CONTRAPONTO, OBRAS QUE LIQUIDARAM O HISTÓRICO MARACANÃ E NOS DEIXARAM UM CEMITÉRIO DE LEGADOS PODRES.
Ter dado apoio incondicional a essa manobra previsivelmente criminosa, tendo em vista os protagonistas, não deixa confortável o lulopragmatismo.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

TEATRO DE HORRORES 

(04/10/17) Até a equipe econômica do governo golpista considera absurdas as bandalheiras introduzidas no Refis.
Não o manifestam por seniimento republicano, mas por pragmatismo, pois são os autores da bandalheira original, o Refis em si, instrumento pelo qual sonegadores são premiados com uma incontestável anistia pelos crimes tributários anteriores.

MAS O PIOR vem na sequência. Essa equipe econômica geradora da proposta salvífica de recursos que o governo necessita desesperadamente, não tem poderes nem argumentos para pressionar o Executivo postiço no sentido de verá-las. E por que? Porque o Executivo não tem legalidade nem legitimidade para Executar. Está enredado em investigações que justificariam cassações e prisões de "altos mandatários", dispusesse o Legislativo de uma Câmara de Representantes, e não um covil de maioria desqualificada. Troca o tempo de administrar pelo tempo de comprar votos que impeçam ao STF investigar o que tem que ser investigado e denunciado.

ANOMIA SOCIAL - E por que, num quadro sem precedentes de rejeição popular, esse Executivo continua a dar cartas, a despeito de um ou outro pronunciamento de militares que deveriam se manter calados?
Porque na ponta da mobilização que deveria ser intensa contra tal cenário, o ceticismo, a pasmaceira, a indignação, a anomia social parecem se consolidar.E isso tem explicação, para quem viveu a resistência permanente ã implantação do neoliberalismo tardio do mandarinato FHC. Para quem testemunhou seguidas ocupações de Brasília pelo MST e pela CUT, então entidades marcadas por uma coragem cidadã incontestável.
Onde elas estão? Com que bandeiras se apresentam ao combate?
O que resta de suas energias, lamentavelmente, parece estar concentrado em alguns atos isolados onde a grande política e o debate ideológico são substituídos pelo cantochão de apoio às lamúrias - até eventualmente legítimas - de Luiz Inácio Lula da Silva contra as "injustiças" dos que ousam não considero-lo o "mais honesto" de todos os brasileiros.

Não dão atenção às frequentes reafirmações do lider referencial em defesa da ordem vigente, no afeto que não se encerra por Henrique Meirelles, e na ameaça de não tocar em nada do pacote anti-social que vier a ser definitivamente aprovado pelo governo golpista.
A ANOMIA encontra combustível exatamente aí. A mobilização,que deveria estar concentrada na contestação das sequelas da conjuntura atual , está concentrada na luta para a garantia da presença de Lula na próxima disputa presidencial.

É a luta por uma outra sociedade sendo atropelada pela batalha em prol de um projeto pessoal de características programáticas indefinidas.

TRÁGICO, é o mínimo que se pode dizer, se o Povo Sem Medo, com as ocupações do MTST, não conseguir ressuscitar em âmbito amplo aquilo que foi rotineiro até passado não tão distante.


Luta que Segue!!